sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

DEZ MULHERES DA HISTÓRIA DO BRASIL - ANITA MALFATTI




 9) ANITA MALFATTI

Filha do engenheiro italiano Samuel Malfatti e de Betty Krug,   Anita Malfatti nasceu no ano de 1889 , em São Paulo. Segunda filha do casal, nasceu com atrofia no braço e na mão direita. Aos três anos de idade foi levada pelos pais a Lucca, na Itália, na esperança de corrigir a deformidade congênita, mas os resultados do tratamento médico não foram animadores e Anita teve que carregar essa deficiência pelo resto da vida. Voltando ao Brasil, teve a sua disposição Miss Browne, uma governanta inglesa, que a ajudou no desenvolvimento do uso da mão esquerda e no aprendizado da arte e da escrita.
Iniciou seus estudos em 1897 no Colégio São José, situado à rua da Glória. Aí foi alfabetizada.
Nesse meio tempo faleceu Samuel Malfatti, esteio moral e financeiro da família. Sem recursos para o sustento dos filhos, D. Betty passa a dar aulas particulares de idiomas e também de desenho e pintura. Chegou a submeter-se à orientação do pintor Carlos de Servi para com mais segurança ensinar suas discípulas. Anita acompanhava as aulas e nelas tomava parte. Foi portanto sua própria mãe quem lhe ensinou os rudimentos das artes plásticas.

Anita pretendia estudar em Paris, e seu tio e padrinho, o engenheiro Jorge Krug, aceitou financiar a viagem. Quando chegou em Berlim em 1910, a Alemanha vivia um momento marcante na sua história: a Arte Moderna Alemã estava em alta. Berlim era então o grande centro musical da Europa. O grupo Die Brucke fazia diversas exposições expressionistas e foi na Alemanha que Anita travou contato com a vanguarda europeia.
Acompanhando suas amigas às aulas no centro musical, acabou recebendo a sugestão para estudar no ateliê do artista Fritz Burger, que era um retratista que dominava a técnica impressionista. Foi o primeiro mestre de Anita.
Teve aulas também com Lovis Corinth, um tipo bem germânico, não tinha a menor paciência com seus alunos. Mas com Anita era diferente. Talvez porque se identificasse com ela. Alguns anos antes sofrera um AVC que, como sequela, tal como a aluna, lhe deixara alguma dificuldade motora.
Ao regressar a São Paulo em 1914, Anita tinha 24 anos. A cidade crescia, mas o ambiente artístico ainda era incipiente, o gosto de arte predominante ainda era acadêmico. Ao mostrar suas obras - nada acadêmicas - Anita tentava explicar os avanços da arte na Europa, onde os jovens haviam levado às últimas consequências as conquistas vindas do Impressionismo. Em 1917, Anita Malfatti realizou uma exposição artística muito polêmica, por ser inovadora, e ao mesmo tempo revolucionária. As obras de Anita, que retratavam principalmente os personagens marginalizados dos centros urbanos, causou desaprovação nos integrantes das classes sociais mais conservadoras.

Em 1922, junto com seu amigo Mario de Andrade Mario, participou da Semana de Arte Moderna. Ela fazia parte do Grupo dos Cinco, integrado por Malfatti, Mario de Andrade, Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade e Menotti del Picchia. Entre os anos de 1923 e 1928 foi morar em Paris. Retornou à São Paulo em 1928 e passou a lecionar desenho na Universidade Mackenzie até o ano de 1933.
Em 1942, tornou-se presidente do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo. Entre 1933 e 1953, passou a lecionar desenho nas dependências de sua casa.  Após a morte de sua mãe, Anita se afastou do meio artístico por algum tempo, no entanto, quando regressou oficialmente em uma exposição individual de 1955, a artista apresentou suas obras produzidas nesse período de reclusão. Seu novo tema, era exclusivamente a arte popular brasileira, opção esta, considerada por ela e por diversos profissionais sua melhor e mais pura fase.


         Nos anos 50 - até sua morte, em 1964 - vive muito distante das polêmicas artísticas, recolhida em seu sítio. Segundo suas próprias palavras "Tomei a liberdade de pintar a meu modo."


Principais obras de Anita Malfatti 

- A boba
- A Estudante Russa
- O homem das sete cores
- Nu Cubista
- O homem amarelo

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