segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

LOUIS BRAILLE


          Louis Braille nasceu em Paris, França, no início do século XIX e criou o alfabeto para cegos, utilizado até hoje, duzentos anos após seu nascimento...
          Aos três anos, provavelmente ao brincar na oficina do pai, fabricante de selas para cavalos, Louis feriu-se no olho esquerdo com uma ferramenta pontiaguda, possivelmente uma sovela. A infecção que se seguiu ao ferimento alastrou-se ao olho direito, provocando a cegueira total.
          Na tentativa de que Louis tivesse uma vida o mais normal possível, os pais e o padre da paróquia matricularam-no na escola local. Louis tinha enorme facilidade em aprender o que ouvia . Com 10 anos de idade, Louis ganhou uma bolsa do Institut Royal des Jeunes Aveugles de Paris (Instituto Real de Jovens Cegos de Paris). O fundador do instituto, Valentin Haüy, foi um dos primeiros a criar um programa para ensinar os cegos a ler.
          Quando Louis Braille tinha apenas 12 anos, Charles Barbier, capitão reformado da artilharia francesa, visitou o instituto onde apresentou um sistema de comunicação chamado de escrita noturna, também conhecido por Serre e que mais tarde veio a ser chamado de sonografia. Tratava-se de um método de comunicação tátil que usava pontos em relevo e que tinha aplicações práticas no campo de batalha, quando era necessário ler mensagens sem usar a luz que poderia revelar posições. Assim, era possível trocar ordens e informações de forma silenciosa.
          Esta ideia de usar um código para representar palavras em forma fonética foi introduzido no Instituto. Louis Braille dedicou-se de forma entusiástica ao método e realizou algumas melhorias.
          Assim, nos dois anos seguintes, Braille esforçou-se em simplificar o código. Por fim desenvolveu um método eficiente e elegante que se baseava numa célula de apenas três pontos de altura por dois de largura, enquanto o sistema apresentado por Barbier era baseado em 12 pontos.
          Braille, em seguida, melhorou o seu próprio sistema, incluindo a notação numérica e musical. Em 1824, com apenas 15 anos, Louis Braille terminou o seu sistema de células com seis pontos. Pouco depois, ele mesmo começou a ensinar no instituto e, em 1829, publicou o seu método exclusivo de comunicação que hoje tem o seu nome.
          Apesar de tudo, levou tempo até essa inovação ser aceita. Com o tempo, mesmo as pessoas com visão acabaram por perceber os benefícios do novo sistema.
         No instituto, o novo código só foi adotado oficialmente em 1854, dois anos após a morte de Braille, provocada pela tuberculose em 6 de janeiro de 1852, com apenas 43 anos.
         Na França, a invenção de Louis Braille foi finalmente reconhecida pelo Estado. Em 1952, seu corpo foi transferido para Paris, onde repousa no Panthéon.


domingo, 27 de fevereiro de 2011

DEFICIÊNCIA E HISTÓRIA


          De acordo com informações históricas não se têm indícios de como os primeiros grupos de humanos na Terra se comportavam em relação às pessoas com deficiência. Tudo indica que essas pessoas não sobreviviam ao ambiente hostil da Terra. Basta lembrar que não havia abrigo satisfatório para dias e noites de frio intenso e calor insuportável; não havia comida em abundância, era preciso ir à caça para garantir o alimento diário e, ao mesmo tempo, guardá-lo para o longo inverno.

          Segundo a pesquisadora Maria Aparecida Gugel, no Egito Antigo há evidências arqueológicas, com mais de cinco mil anos, que a pessoa com deficiência integrava-se nas diferentes e hierarquizadas classes sociais (faraó, nobres, altos funcionários, artesãos, agricultores, escravos). “A arte egípcia, os afrescos, os papiros, os túmulos e as múmias estão repletos dessas revelações”.

          Todavia, na Grécia Antiga, Platão, no livro A República, e Aristóteles, no livro A Política, trataram do planejamento das cidades gregas indicando as pessoas nascidas “disformes” para a eliminação. A eliminação era por exposição, ou abandono ou, ainda, atiradas do aprisco de uma cadeia de montanhas chamada Taygetos, na Grécia. O filme “300” expõe de forma clara esse procedimento. Pelos costumes espartanos, os nascidos com deficiência eram eliminados, só os fortes sobreviviam para servir ao exército de Leônidas.

          As leis romanas da Antiguidade não eram favoráveis às pessoas que nasciam com deficiência. Aos pais era permitido matar as crianças que com deformidades físicas, pela prática do afogamento. Relatos nos dão conta, no entanto, que os pais abandonavam seus filhos em cestos no Rio Tibre, ou em outros lugares sagrados. Os sobreviventes eram explorados nas cidades por “esmoladores”, ou passavam a fazer parte de circos para o entretenimento dos abastados.

          Os períodos marcados pelo fim do Império Romano (Século V, ano 476) e a Queda de Constantinopla (Século XV, em 1453), marcam o início da Idade Média. É marcada por precárias condições de vida e de saúde das pessoas. A população ignorante encarava o nascimento de pessoas com deficiência como castigo de Deus. Os supersticiosos viam nelas poderes especiais de feiticeiros ou bruxos. As crianças que sobreviviam eram separadas de suas famílias e quase sempre ridicularizadas. A literatura da época coloca os anões e os corcundas como focos de diversão dos mais abastados.

          Já na Idade Moderna, Gerolamo Cardomo (1501 a 1576), médico e matemático inventou um código para ensinar pessoas surdas a ler e escrever, influenciando o monge beneditino Pedro Ponce de Leon (1520-1584) a desenvolver um método de educação para pessoa com deficiência auditiva, por meio de sinais. Esses métodos contrariaram o pensamento da sociedade da época que não acreditava que pessoas surdas pudessem ser educadas.

          Os Séculos XVI e XVII em toda a Europa foram marcados pela massa de pobres, mendigos e pessoas com deficiência. Alguns verdadeiros, muitos falsos, reuniam-se em confrarias (organizações), em locais e horas determinadas, para mendigar, com divisão de lucros e cobranças de taxas entre os participantes do grupo. Paul Lacroix, escritor e jornalista francês, dedicou-se a escrever sobre esses grupos de pessoas.

          No Século XIX, em 1819, Charles Barbier (1764-1841), um capitão do exército francês atendeu a um pedido de Napoleão e desenvolveu um código para ser usado em mensagens transmitidas à noite durante as batalhas. Em seu sistema uma letra, ou um conjunto de letras, era representada por duas colunas de pontos que por sua vez se referiam às coordenadas de uma tabela. Cada coluna podia ter de um a seis pontos, que deveriam estar em relevo para serem lidos com as mãos. O sistema foi rejeitado pelos militares, que o consideraram muito complicado.

          Barbier então apresentou o seu invento ao Instituto Nacional dos Jovens Cegos de Paris. Entre os alunos que assistiram a apresentação encontrava-se Louis Braille (1809- 1852), então com quatorze anos, que se interessou pelo sistema e apresentou algumas sugestões para seu aperfeiçoamento. Como Barbier se recusou a fazer alterações em seu sistema, Braille modificou totalmente o sistema de escrita noturna criando o sistema de escrita padrão – o BRAILLE – usado por pessoas cegas até aos dias de hoje.






Fonte: Site Movimento Inclua-se

sábado, 26 de fevereiro de 2011

CATARATAS





          Semana passada estive de férias em Foz do Iguaçu. Depois de uma passadinha em Itaipu Binacional (binacional porque pertence ao Paraguai e ao Brasil) e de umas comprinhas no Paraguai fui com o meu amigo japonês conhecer as cataratas.
          São duas possibilidades de passeios: o lado argentino e o lado brasileiro. Aconselho a quem for até lá, que faça os dois passeios, pois embora contemplem uma mesma beleza natural, são propostas diferentes.
         

           
          Criado em 1939 e tombado como patrimônio mundial natural da humanidade pela UNESCO em 1986, o Parque Nacional do Iguaçu localiza-le no extremo-oeste do Paraná, na bacia hidrográfica do Rio Iguaçu.

 

         
          Do lado argentino, temos o Parque Nacional Iguazu, criado em 1934. Os dois parques são lindos, mas o lado argentino surpreende pelo inusitado. Fiquei sabendo que durante a ditadura (em ambos os países) muitos corpos de presos políticos foram desovados nas cataratas, tornando-a um grande cemitério natural. Na hora, olhando aquela maravilha toda, a gente nem pensa nisso...
         
          Outra coisa interessante: Enquanto perambulei pelos dois parques, notei que no lado argentino tinha cadeira de rodas para ser usada pelos visitantes. Era uma cadeira com rodas mais grossas, para facilitar o acesso em terrenos não muito planos.

                         
          No lado brasileiro, nada de cadeira de rodas ou de cadeirantes. Os hermanos estão na frente!
          Total, fica a dica de viagem.






PRIMEIRO CARRO BRASILEIRO CONSTRUÍDO PARA CADEIRANTES



          Um cadeirante e seus amigos da cidade de Lages, Santa Catarina, desenvolveram um carro destinado especialmente a cadeirantes. Fazer a transição entre a cadeira de rodas e o banco do carro é sempre algo complicado para os cadeirantes, mas nesse veículo chamado PRATYKO,  tudo é muito simples, pois ele possui porta traseira e elevador.



          Os criadores desse projeto estão em busca de empresários que possam investir nesse protótipo.


Construído, Não Adaptado

          O PRATYKO é um veículo motorizado, especialmente construído para que o Portador de Necessidades Especiais (PNE) cadeirante possa se locomover sem o auxílio de outra pessoa, uma vez que não existe a "transferência" da cadeira para o assento do veículo, uma vez que o assento é a própria cadeira do usuário, ou seja, é possível conduzir o PRATYKO sem sair da cadeira de rodas. 




          O acesso ao veículo é feito por um elevador elétrico, acionado por controle remoto, facilitando a entrada do cadeirante ao interior do veículo. Não existe uma rampa inclinada que para alguns cadeirantes poderia dificultar o acesso.



          Para isto, os criadores colocam-se a disposição para estudo de viabilidade de parcerias com empresas e/ou investidores para lançar esse veículo no mercado, através de produção em maior escala.
       O projeto era desenvolver um veículo voltado exclusivamente para Cadeirantes, que pudesse ser conduzido sem se sair da cadeira e sem o auxilio de outras pessoas. Depois de 8 anos de estudos e muito trabalho, hoje o sonho está acontecendo. O protótipo está aí, um veículo prático e funcional, que possibilita ao cadeirante liberdade e independência para se locomover da casa para o trabalho, escola, lazer... Agora o sonho é ver este veículo sendo produzido em série, possibilitando mais cadeirantes de usufruírem deste benefício.          
          Seja um Investidor.    

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

CARNAVAL NO RIO COM AUDIODESCRIÇÃO


          Pela primeira vez, os deficientes visuais poderão ouvir a narração dos desfiles das escolas de samba do Grupo Especial, no carnaval deste ano, na Sapucaí, no Rio. Segundo a Secretaria municipal de Turismo, o serviço de áudiodescrição será gratuito e estará disponível no setor 13 do Sambódromo.

          A Riotur explicou que os deficientes visuais poderão retirar os seus fones de ouvidos em cabines da prefeitura que estarão posicionadas na entrada do setor, cuja parte é destinada às pessoas com algum tipo de deficiência.

          Durante os desfiles, uma pessoa vai narrar ao vivo toda a passagem da escola, contando os detalhes de cada alegoria, das alas e dos enredos. O sistema estará disponível no domingo (6), na segunda-feira (7) e no desfile das Campeãs (12). Ainda de acordo com a Secretaria de Turismo, no total, serão distribuídos 60 aparelhos por dia.

Fonte: G1(17/01/2011)

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E PRECONCEITO NA HISTÓRIA




          Atuações preconceituosas e cruéis em relação às pessoas com deficiência física perpassam pela história. No Egito Antigo, consideravam que a deficiência era provocada por “maus espíritos”, sendo que a nobreza, os faraós, os sacerdotes e os guerreiros tinham acesso a tratamentos, enquanto os pobres sucumbiam nas mãos de charlatães, serviam como atrações em circos ou eram usados pelos sacerdotes para estudos e treinamentos de cirurgias.

          Na civilização hebraica a discriminação era manifesta nas leis, Moises escreve em “Levítico” que o homem com deformidade corporal não pode fazer oferenda a Deus, e nem se aproximar de seu ministério. A deficiência era vista pelos antigos hebreus, como indicadora de impureza, remissão de pecados antigos, interferência de maus espíritos e das forças más da natureza, logo os deficientes tinham que esmolar para sobreviver, ficando expostos nas ruas e praças, e eram apenas tolerados pela sociedade (p.74).

          Na Grécia, havia a super valorização do corpo belo e forte que pudesse participar das guerras. Por isso aquele que não correspondesse a esse ideal era marginalizado e até mesmo eliminado, entretanto guerreiros mutilados em batalhas eram protegidos pelo Estado.

          A civilização romana também preconizava a perfeição e estética corporal, a deficiência era tida como “monstruosidade” fato que legitimava a condenação à morte dos bebês mal formados: Sêneca, em Amaral , justifica o infanticídio:... nós sufocamos os pequenos monstros; nós afogamos até mesmo as crianças quando nascem defeituosas e anormais: não é a cólera e sim a razão que nos convida a separar os elementos sãos dos indivíduos nocivos (p.46).

          Algumas crianças não eram mortas e sim abandonadas à margem do Tibre e levadas pelos escravos e pobres para futuramente esmolar: ocupação rendosa.

 



          Com o surgimento do Cristianismo, a visão de homem modificou-se, para um ser individual e criado por Deus. Os deficientes passaram a ser criaturas de Deus, com destino imortal e merecedores de cuidados, ... a alma não é manchada por deformidades no corpo (...) uma grande alma pode ser encontrada num corpo pequeno e disforme3 (p. 150). Em decorrência do pensamento cristão, pessoas com más formações congênitas ou defeitos passarama ser protegidas pela lei de Constantino em 315 depois de Cristo.


          Entretanto a exclusão dos deficientes continuou no discorrer da história. No Império Bizantino, a Igreja Católica em conjunto como Estado, levava-os para mosteiros. A própria Igreja incumbia-se de realizar mutilações como punições por crimes cometidos. Na Idade Média, a deficiência era vista como atuação de maus espíritos e do demônio, sob o comando das bruxas, e também resultado da ira celeste e castigo de Deus, havia a segregação e os deficientes eram ridicularizados.


          A partir do Humanismo, no século XV, modificou-se a concepção de valorização do homem, iniciando-se a diferenciação no tratamento de portadores de deficiência e da população pobre em geral. Nos séculos XVI e XVII, os serviços de saúde passaram a ser também de responsabilidade da comunidade.


          Em meados do século XVII, foram criados os hospitais gerais,os quais eram; uma combinação de asilo, para a exclusão, e de hospital para a cura e estudos. Segundo Foucault5 a medicina até o século XVIII, tinha caráter individual, em que os cuidados de médico-paciente davam-se em classes de maior posse, os pobres continuavam à mercê de charlatães. Nesse século, começa a se estruturara medicina social.


          No século XIX, devido à influência da filosofia humanista e o advento da Revolução Industrial, a concepção social de deficiência continuou a sofrer modificações.




          No século XX, há um grande incremento da assistência às pessoas portadoras de deficiência no mundo todo, pois além da filosofia humanista, as nações deparavam-se com mutilados pós as duas grandes guerras e acidentados nas industrias. Surgem programas de reabilitação global, incluindo a inserção profissional de pessoas deficientes.


          Nos dias de hoje, pleno século XXI, qual a realidade que se impõe?


          No Brasil, temos uma verdadeira fábrica de crianças com Paralisia Cerebral quer seja pelas más condições de saúde e pré-natal das parturientes, quer seja por negligência médica. Em função da violência, deparamo-nos com um número cada vez maior de jovens atingidos por armas de fogo, acidentes automobilísticos e outras conseqüências do uso indiscriminado de drogas.

Fonte: *SANDRA REGINA SCHEWINSKY:Psicóloga-Encarregada do Serviço de Psicologia da DMR-FMUSP, Doutoranda em Psicologia Social pela PUC-SP, Mestre em Psicologia pela Universidade São Marcos, Especialista em Psicologia Hospitalar.(2004)

domingo, 20 de fevereiro de 2011

LIVRO INFANTIL COM AUDIODESCRIÇÃO

          Será lançado no próximo dia 23 (quarta-feira), o livro infantil com audiodescrição. “Simplesmente Diferente”, de Mônica Picavêa. A obra vem acompanhada de um CD com a narrativa dos textos e descrições detalhadas de personagens e ilustrações. O lançamento acontecerá na Saraiva Mega Store Higienópolis, no Shopping Pátio Higienópolis, às 18h30, em São Paulo (SP).


          “Simplesmente diferente” é uma coletânea de sete historinhas rimadas, que mostram formas interessantes de ver o mundo de algumas pessoas com deficiência e ensinam a enxergar a diversidade com mais naturalidade.

Lançamento do livro “Simplesmente Diferente”, de Monica Picavea
Data: 23 de fevereiro de 2011 (quarta-feira)
Local: Saraiva Mega Store Higienópolis (Shopping Pátio Higienópolis)
Endereço: Avenida Higienópolis, 618, São Paulo (SP)
Horário: 18h30


Fonte: Nilton Sergio/ ADS Comunicação Corporativa

sábado, 19 de fevereiro de 2011

CUIDADOR: MISSÃO OU PROFISSÃO?

          No dicionário de Língua Portuguesa, a palavra cuidador tem o significado de "que ou quem trata, toma conta de(alguém ou algo); que ou aquele que mostra zeloso, diligente para com outrem". Certamente, o glossário está correto em sua significação.Mas para as pessoas com deficiência, o cuidador extrapola essa definição. Ele está ligado ao conforto, à segurança e à ampliação do convívio social.

          Em todo o Brasil, as quase 25 milhões de pessoas deficientes precisam de cuidados especiais. Para isso, entra em cena o cuidador, que pode ser ou não alguém da família. "Tenho quatro cuidadores e eles são meus braços direito e esquerdo", revela o empresário João Pacheco Neto, proprietário da loja virtual Como Ir.

          Neto ficou tetraplégico depois de um mergulho mal-sucedido há 10 anos. Desde então, após uma liminar judicial, ele conseguiu o direito de ter esses cuidados durante o dia, com despesas pagas pelo seguro saúde, e à noite, com seu próprio investimento. "Moro sozinho e são eles que possibilitam a minha vida", explica.

          Sidnei da Costa, técnico em enfermagem é um dos cuidadores do empresário. Eles estão juntos há cinco anos. "O trabalho é muito prazeroso e saio sempre no lucro, pois estou satisfazendo o próximo", diz Sidnei emocionado. De acordo com o cuidador, para exercer a atividade é preciso vocação. "A pessoa com deficiência não é um doente que está jogado na cama, se trata de um ser humano que precisa de cuidados especiais".


          Costa exerce a atividade há sete anos e está sempre se especializando para atender as necessidades impostas pela profissão. Além da formação de técnico, ele possui outros 16 cursos de especialização. "O profissional tem que continuar estudando e se aperfeiçoando", comenta.

Fonte: Revista Sentidos








sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

ANOS 80 - MÚSICA - BANDAS NACIONAIS


          Várias bandas surgiram e se consagraram nos anos oitenta... Aí vão algumas!


BARÃO VERMELHO - uma das mais respeitadas bandas brasileiras. No primeiro LP ficou conhecido no cenário roqueiro, no segundo despontou no país todo com "Pro dia nascer feliz" e no terceiro se consagrou com "Bete Balanço". A saída de Cazuza, em junho de 1985 fez todo mundo acreditar que a banda estava fadada ao fracasso. Ledo engano. Já no primeiro álbum com Frejat nos vocais, Declare Guerra, o Barão emplacou  dois hits: a música título e "Torre de Babel".





BLITZ - abriu os caminhos para o rock nacional com "Você não soube me amar". O primeiro LP foi proibido para menores de 18 anos pela censura. Foi uma das bandas precursoras do rock nacional. O grupo foi formado no Rio de Janeiro, em 1980.   Integrado por Evandro Mesquita, guitarra e voz; Fernanda Abreu, backing vocal; Marcia Bulcão,  backing vocal; Ricardo Barreto, guitarra; Antonio Pedro Fortuna, baixo;  William Billy Forghieri, teclados; e Lobão (depois substituído por Juba), bateria.


CAMISA DE VÊNUS - liderado por Marcelo Nova, amigo do peito de Raul Seixas. Entre os sucessos da banda estavam "Eu não matei Joana D'Arc" e "Sílvia" (que todo  mundo completava: Piranha!).

CAPITAL INICIAL - da mesma escola que Legião Urbana, só estourou em 1986 com "Música Urbana". Depois de relativo sucesso nos anos 80, estourou novamente em 2000, com o Acústico MTV.

ENGENHEIROS DO HAWAII - Quatro estudantes da Faculdade de Arquitetura da UFRGS  resolveram formar uma banda apenas para uma apresentação em um festival da faculdade, que aconteceria por protesto à paralisação de aulas. Escolheram o nome Engenheiros do Hawaii para satirizar os estudantes de engenharia que andavam com bermudas de surfista, com quem tinham uma certa rixa. Tornou-se conhecida pelos hits "Terra de Gigantes" e "Infinita Highway". O vocalisata Humberto Gessinger é o único integrante original a permanecer no grupo até hoje.


IRA - uma das mais respeitadas bandas dos anos 80. "Flores em você", devido ao seu  belo arranjo de cordas foi parar na novela das oito "O Outro".

KID ABELHA E OS ABÓBORAS SELVAGENS - grupo vocal-instrumental carioca que já vendeu  9 milhões de cópias de discos somente no Brasil. Formou-se no final de 1981 e era composto por Paula Toller, Leoni, George Israel, Bruno Fortunato e Beni Borja. Entre os maiores sucessos estão "Lágrimas e Chuva", "Pintura Ìntima" e "Como eu quero".


LEGIÃO URBANA - Renato Russo foi o maior guru dos adolescentes nos anos 80. Suas letras batiam no fundo da alma da garotada. O primeiro disco reunia clássicos como "Será", "Geração Coca-Cola" e "Ainda é cedo". No segundo disco vieram "Eduardo e Mônica" e "Índios". Até a morte de Renato Russo, em 1996, a Legião lançou oito discos.


NENHUM DE NÓS - uma das únicas bandas gaúchas que manteve uma carreira continua. Surgiu em 1987, mas seu primeiro sucesso nas rádios, "Camila Camila", só aconteceu um ano depois. Com "Astronauta de Mármore", versão para "Starman", de David Bowie, levou o álbum à marca de 210 mil cópias vendidas.

PARALAMAS DO SUCESSO - Seus integrantes desde 1982 são Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone. No início a banda misturava rock com reggae,   posteriormente passaram a agregar instrumentos de sopro e ritmos latinos. A banda faz parte do chamado quarteto sagrado do rock brasileiro, juntamente com o Barão Vermelho, Titãs e Legião. Em 2001, o vocalista Herbert Vianna sofreu um acidente de ultraleve e ficou paraplégico.


RPM - maior fenômeno de massa do rock nacional até hoje. Surgiu com "Louras geladas", em 1985, e um anos depois lotava ginásios e estádios no Brasil inteiro. Paulo Ricardo virou símbolo sexual. Foi um dos grupos mais bem sucedidos da história da música brasileira. Na segunda metade dos anos 80 conseguiram bater todos os recordes de vendagens da industria fonográfica brasileira.


TITÃS - formada em São Paulo na décadsa de 80, está na ativa  há mais de 25 anos. Algumas de suas músicas de maior sucesso são
 Sonífera Ilha, Flores, Polícia, Familia, Comida, O Pulso, Go Back, Domingo, Enquanto Houver Sol, Homem Primata, Bichos Escrotos, Cabeça Dinossauro, Prá Dizer Adeus, Marvin, AA UU, Epitáfio, Diversão, e a mais recente Porque Eu Sei Que é Amor.

ULTRAJE A RIGOR - criada no início dos anos 80 em São Paulo e idealizada por Roger Rocha Moreira  (voz e guitarra base), obteve sucesso  devido aos hits "Inútil" e "Mim quer tocar".  Em 1985 a banda ficou nacionalmente conhecida pelo álbum Nós Vamos Invadir sua Praia,  que trouxe o primeiro  disco de ouro e platina para o rock nacional.

CASA MODELO DE ACESSIBILIDADE APRESENTADA PELO GOVERNO DE SÃO PAULO




          O Governo do Estado de São Paulo apresentou no último dia 2 de fevereiro, na VIII Feira Internacional de Tecnologias em Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade (Reatech), o modelo de casa popular projetada conforme conceito do Desenho Universal (DU), que visa construir moradias que possam ser utilizadas não somente por indivíduos com deficiências, temporárias ou permanentes, mas também por aqueles com estatura diferenciada, obesidade e mobilidade reduzida, como idosos, gestantes e crianças.

 

          Construída em tamanho real, a casa tem 63,5 m², três quartos, sala, cozinha, banheiro e área de serviço. As áreas de passagens, como corredores e portas, possuem largura de 90 centímetros, o que permite livre circulação de cadeira de rodas. A altura das janelas permite que qualquer pessoa tenha visão do exterior. O projeto foi Desenvolvido pela Secretaria da Habitação e pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), em parceria com a Secretaria Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SEDPcD).




          Os banheiros podem receber adaptações, como barras, louças sanitárias e chuveiros, com água aquecida por energia solar, o que gera economia nos gastos com a conta de luz. As pias podem ser instaladas em posição adequada para que cadeirantes se aproximem com facilidade. Os interruptores podem ser acessados por qualquer usuário. "Um imóvel adaptado não é somente para deficientes. É para qualquer pessoa, para o futuro, para os idosos. É uma casa para a vida toda", afirmou o secretário da Habitação e presidente da CDHU, Lair Krähenbühl.


          As diretrizes estabelecidas pelas duas secretarias preveem que as áreas condominiais e externas também contem com recursos de acessibilidade. São rampas, guias rebaixadas, piso tátil, calçadas com largura mínima de 1,20m, postes e telefones públicos instalados de forma a não obstruir a faixa de circulação e pontos de transporte público em distância confortável às pessoas com limitações de locomoção. "Estamos dando o primeiro passo em direção à construção de uma sociedade para todos, garantindo cidadania, equidade, direitos e oportunidades", disse a secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SEDPcD), Linamara Rizzo Battistella.


          A adoção do Desenho Universal é parte da política estadual que prioriza a inclusão social de pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. Com esse objetivo, o governador José Serra assinou em setembro de 2008 decreto que institui o Desenho Universal nas moradias de interesse social produzidas pelo estado. Um grupo de trabalho, formado por técnicos das duas secretarias e entidades representantes dos deficientes físicos, se reuniu durante cinco meses para estabelecer as diretrizes para implementar o projeto apresentadas na feira.

 

Da Secretaria da Habitação

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

INCRÍVEL!!!!

                      INCRÍVEL, MAS MUITA GENTE BOA ERRA:

- Menas (sempre menos)
- Iorgute (iogurte)
- Mortandela (mortadela)
- Mendingo (mendigo)
- Trabesseiro (travesseiro)
- Cardaço (cadarço)
- Asterístico (asterísco)
- Meia cansada (meio cansada)
- Trezentas gramas (a grama pode ser de um pasto). Se você quer falar de peso, então  é O grama: Trezentos gramas.
- Di menor, di maior (é  simplestemte maior ou menor de idade)
- Beneficiente (beneficente)

- Se estiver com calor, poderá dizer que está “suando” e não “soando”... Quem soa é o sino...

- O peixe tem espinha (espinha dorsal) e não espinhos (plantas têm espinhos)

- Homem diz OBRIGADO  e mulher diz OBRIGADA

- "Faz 2 anos que não o vejo"  e não  "Fazem dois anos que não o vejo"

- "Havia muitas pessoas no local"e não "Haviam muitas pessoas no local"
Os verbos haver e fazer são impessoais.

- Para eu fazer, para eu comer, para eu ir, pra eu falar, para eu caminhar, para eu escrever...
NUNCA para mim fazer, para mim comer, para mim ir, etc...
Mim não conjuga verbos

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O FEITIÇO DE ÁQUILA - SUGESTÃO DE FILME





          Hoje vou indicar um filme que foi marco nos anos 80: Ladyhawke - O Feitiço de Áquila. Quem estava acostumado a ver o ator Matthew Broderick curtindo a vida adoidado e dançando ao som dos Beatles, certamente se surpreendeu ao vê-lo na Idade Média como o Rato, um ladrão que acaba fugindo da cadeia de Áquila (uma cadeia de onde ninguém fugia, diga-se de passagem) e que acaba ajudando um casal apaixonado a lutar contra uma terrível maldição. Michelle Pfeiffer e Rutger Hauer foram amaldiçoados pelo ciumento Bispo de Áquila: apesar de andar sempre juntos, o casal não pode concretizar o seu amor, pois durante o dia ela transforma-se num falcão, e durante a noite ele transforma-se num lobo.
Fica aí a sugestão!

Ficha Técnica
Gênero: Aventura
Origem/Ano: EUA/1985
Duração: 121 min
Direção: Richard Donner

Sinopse: A mais original e bonita história de amor mostrada nos últimos anos. Parece que o roteiro foi inspirado numa lenda do séc. XII. É a história de um casal que é vitima da maldição de um Bispo de Áquila (uma cidade medieval famosa por sua prisão). Eles estão sempre juntos, mas não podem concretizar seu amor. Durante à noite, ela se transforma num falcão e durante o dia, ele se torna um lobo. O único momento em que se vêem é durante poucos instantes no crepúsculo. Tudo é desvendado aos poucos, através de um pequeno ladrão (Broderick) que é ajudado pelo casal e se envolve na história. Há bastante humor e ação, também, nesta excelente produção (fotografia de Vittorio Storaro, colaborador de Bertolucci e Coppola) completamente rodado na Itália (o castelo de Áquila pertenceu á família de Luchino Visconti).



domingo, 13 de fevereiro de 2011

PAULO BRUM É O NOVO SECRETÁRIO DE ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO SOCIAL


          Com o compromisso de trabalhar em políticas públicas para pessoas com deficiências, tomou posse na tarde desta sexta-feira, 11, o novo secretário de Acessibilidade e Inclusão Social, Paulo Brum. O prefeito José Fortunati, secretários municipais, deputados estaduais, vereadores e convidados participaram da cerimônia no Salão Nobre do Paço Municipal.

          Fortunati agradeceu o trabalho desempenhado, desde 2005, pelo secretário Tarcízio Teixera Cardoso, que deixa o cargo. O prefeito reafirmou o convite para que ele permaneça trabalhando na pasta como adjunto. “Não tenho dúvidas de que o trabalho realizado há seis anos na área de acessibilidade e inclusão social é uma marca para todo os país. Porto Alegre já é referência no assunto, mas temos que continuar trabalhando contra as desigualdades, mas respeitando as diferenças.”

          Paulo Brum agradeceu a oportunidade e reiterou seu compromisso em continuar atuando pelas questões de inclusão e acessibilidade. “Quando iniciei minha luta por esta causa, as únicas calçadas rebaixadas eram as dos supermercados, mas não era para os cadeirantes, e sim para os carrinhos de compras. Temos muito a fazer, mas é inegável que os avanços já são visíveis”, afirmou o novo secretário.

          Paulo Brum é eletricitário e estudante de direito. Foi vereador por três mandatos e duas vezes deputado estadual. Sua vida pública é voltada para pessoas com deficiências.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

USO DE CAPACETE REDUZ RISCO DE LESÕES NA ESPINHA

         
          Os capacetes para motociclistas, muito conhecidos por reduzir o número de lesões cerebrais e as mortes por acidentes, parece também estar associado a um menor risco de lesão da coluna cervical. A conclusão é de uma pesquisa da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos.
          “Estamos derrubando um mito popular de que o uso de capacete quando andar de moto pode ser prejudicial durante um acidente”, diz o líder do estudo Adil H. Haider, professor assistente de cirurgia na Johns Hopkins. “Não há dúvida de que os capacetes salvam vidas e reduzem ferimentos na cabeça. Agora sabemos que eles também estão associados com uma diminuição do risco de lesão da coluna cervical”.
          Os pesquisadores relataram que ativistas norte-americanos lutaram, durante décadas, contra as leis que obrigam o uso de capacete, citando um pequeno estudo que sugere que, em caso de colisão, o peso de um capacete pode causar torque significativo no pescoço, algo devastador para a coluna .
          Mas os resultados do presente estudo mostram que os pilotos com capacete apresentaram 22% menos probabilidade de sofrer lesão na coluna cervical do que aqueles sem capacetes. O estudo revisou um Banco de Dados Nacional de Trauma, analisando informações sobre mais de 40 mil colisões de motocicletas entre 2002 e 2006.
          O estudo de Haider, como outros antes, encontrou uma redução no risco de traumatismo crânio-encefálico em pacientes portadores de capacete (65%) e diminuição nas probabilidades de morte (37%). Mas no novo estudo, a evidência mais forte é que os capacetes também reduzem significativamente a lesão na coluna cervical, que pode resultar em paralisia.

Fonte: ISaúde

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

CURA DA DISTROFIA PODE ESTAR EM CÃES - OS PROTEGIDOS



Por  Dra. Mayana Zatz

          Recentemente falei um pouco das nossas pesquisas no encontro que tivemos entre os pesquisadores do Centro do Genoma e pacientes com distrofias, humanos e caninos no GENOCÃO, na USP.  
          Contei dos nossos avanços com células-tronco, mas não de uma outra pesquisa também muito importante. Ela trata de cães muito especiais Ringo, Suflair e seus primos americanos que chamei de “os protegidos”. Esses nossos amigos caninos têm uma mutação que causa ausência de uma proteína muscular, a distrofina, que é essencial para a manutenção dos músculos. Sem ela eles degeneram e levam a uma fraqueza progressiva. Meninos que nascem sem distrofina no músculo – afetados pela distrofia de Duchenne ou DMD- vão perdendo as forças e aos 10-12
anos já não conseguem mais andar.

                                                                    
Cães sem distrofina são muito afetados

          Cães que nascem com uma mutação que leva a ausência da distrofina, geralmente da raça golden retriever (GRMD) são clinicamente muito afetados. A maioria não chega aos dois anos de idade. Os que sobrevivem não conseguem correr, têm problemas para engolir e frequentemente comprometimento cardíaco também. Por isso tentativas terapêuticas com esses animais são tão importantes. Se conseguirmos bons resultados com eles, estaremos a um passo de iniciar pesquisas clínicas com seres humanos.
          E aí descobre-se, por acaso um cão, Ringo que já tem mais de 7 anos, não tem distrofina no músculo e é praticamente normal. Aliás o seu maior defeito é ser um namorador. Não pode ver uma fêmea por perto. Escapar e pular o muro são seus passatempos prediletos e por causa disso já foi pai de cinco ninhadas. A maioria dos seus descendentes que nasceram com ausência de distrofina são gravemente afetados, mas um deles parece ter puxado ao pai: o Suflair que fez 4 anos em abril.


 Ringo e Suflair quebraram um paradigma     

          Existem camundongos chamados de mdx, que também tem ausência de distrofina mas ao contrário dos humanos eles não tem fraqueza muscular. O que os protege? Ainda é uma incógnita mas uma das hipóteses era o seu tamanho diminuto . Não se comparam com o tamanho de um ser humano ou de um cão. Mas Ringo e Suflair demonstraram pela primeira vez que tamanho pode não ser documento . Apesar de terem um porte grande, seus músculos são funcionais mesmo sem terem nenhuma distrofina.
                                                                                                                                                              
                                                                                  
Eles não são os únicos

          Depois de conhecer Ringo, uma importante pesquisadora americana, Diane Shelton, descobriu esse ano que alguns cães labradores que também nasceram sem distrofina são totalmente normais. O interessante foi como ela os descobriu já que são cães assintomáticos. Outra obra do acaso. Um deles foi submetido a uma vasectomia e ao fazer os exames de rotina a Dra. Diane descobriu que uma enzima (cuja sigla é CPK) estava muito aumentada no sangue.
          Como essa enzima está também muito alterada em pacientes com DMD ela resolveu estudar o músculo desse cão. Descobriu então que ele não tinha distrofina no músculo e que nove de seus parentes caninos tinham a mesma característica. Foi um golpe de sorte. Cães com essa característica dificilmente seriam descobertos já que são clinicamente normais. Mas eles comprovam o que Ringo e Suflair já haviam demonstrado: é possível ter um músculo funcional, sem distrofina. A próxima questão é como?


Pesquisar esses cães já virou um caso internacional

          Natassia Vieira que está terminando seu doutorado sob a minha orientação no Centro do Genoma começou sua pesquisa comparando Ringo e Suflair com cães muito afetados e cães normais aparentados aos “protegidos”. Conseguir amostras de músculos dos cães normais não foi uma tarefa fácil. Juntamente com as duas veterinárias responsáveis pelo GENOCÃO, Vivian Landini e Thaís Andrade percorreu o Brasil atrás dos parentes de Ringo que haviam sido adotados. Valeu a pena. A pesquisa, realizada em colaboração com o grupo do Dr. Sergio Verjovski-Almeida revelou genes diferentes, um em particular em Ringo e Suflair. Será que é esse gene que os protege?

Postura na D.M.Duchenne


Quais são os próximos passos?

          Em primeiro lugar vamos comparar Ringo e Suflair com seus primos labradores americanos. A Dra. Diane Shelton já nos mandou as amostras de nove cães. Além disso, Natassia já está estudando esse mesmo gene em outro vertebrado: um peixe chamado zebrafish em uma outra colaboração internacional. Dessa vez, com o famoso Dr. Louis Kunkel, em Harvard. O Dr. Kunkel foi o descobridor do gene da distrofina. Os peixinhos que nascem sem distrofina morrem em poucos dias. Por isso uma estratégia é manipular esse gene nesses peixinhos. Se eles sobreviverem teremos mais uma prova importante.


A ansiedade dos pacientes e dos cientistas é enorme

          Os pacientes sempre acham que as pesquisas estão indo muito devagar. Os cientistas também acham. A nossa ansiedade em descobrir alguma terapia efetiva é gigantesca. Aliás, é isso que nos move. Além das pesquisas com células-tronco, que continuam, descobrir o segredo dos nossos “protegidos” poderá ser outro caminho fundamental para tratar as distrofias. Nesse caso, o tempo foi nosso amigo. Tivemos que esperar 7 anos para nos assegurar que Ringo continua bem e cada ano que passa nos traz mais certeza …. Isso convenceu o mundo científico
acerca da importância dessa pesquisa. A curiosidade para entender o que protege esses cães da degeneração e fraqueza muscular atravessou fronteiras e tornou-se internacional. Vamos unir esforços e a ciência agradece.

                                                                Dr.  Guillaume Duchenne