sábado, 5 de fevereiro de 2011

ANOS 80 - TELEVISÃO PARTE 2 - NOVELAS



          Não tem jeito: brasileiro é noveleiro por natureza. Nos anos oitenta, mais do que nunca, a teledramaturgia consagrou-se como um dos meios de cultura mais populares e acessíveis ao grande público. Bastava apenas um clic no botão da TV para acompanhar histórias fascinantes que faziam sonhar e que sinalizavam um final feliz no último capítulo.
          Novela tem invariavelmente a mesma fórmula: a mocinha e o mocinho que se conhecem e se apaixonam, são separados num determinado momento pelo vilão ou pela vilã, para somente ficarem juntos de novo no final. Paralelo a isso, outras tantas tramas se desenvolvem... Tudo regado a uma trilha sonora específica. Não tem como ouvir "Dona" do Roupa Nova e não lembrar da Viúva Porcina...
Vamos relembrar agora algumas dessas produções que tornaram os anos oitenta inesquecíveis.

ROQUE SANTEIRO (1985)
          Proibida pela censura em 1975, "A Saga de Roque Santeiro e a Incrível História da Viúva que foi sem nunca ter sido", só foi ao ar numa nova versão dez anos depois. Baseada na peça de teatro "O Berço do Herói", de Dias Gomes, Roque Santeiro revolucionou a história da telenovela no Brasil e mundo (Dizem que Fidel Castro em Cuba largava tudo o que estava fazendo para divertir-se com a  trama brasileira).
          Sinhozinho Malta, Viúva Porcina, Beato Salu, Dona Pombinha, Professor Astromar... No último capitulo, Roque Santeiro atingiu a marca de 100 pontos no IBOPE (marca só alcançada anteriormente no último capítulo de Selva de Pedra, de Janete Clair em 1972). Em 2010 a novela foi lançada em DVD, abrindo um novo mercado para colecionadores.




TITITI (1985)

          Cassiano Gabus Mendes se superou em Tititi... A inimizade entre dois rivais - Ariclenes e Jacques Leclair, disputando o mercado da moda deu pano pra manga e transformou Tititi num dos ícones da teledramaturgia dos anos oitenta. A abertura - uma das mais inventivas de Hans Donner - trazia a guerra entre tesouras, fitas métricas e lapiseiras e foi refeita para a versão de 2010 de Tititi (remake).





BEBÊ A BORDO (1988)



     Cinco crianças se revezaram no papel de Heleninha, o bebê protagonista da história que costurava a trama anárquica mas bem construída por Carlos Lombardi.

       Isabela Garcia deu vida a heroína Ana, mãe do bebê, que entrava em trabalho de parto dentro de um carro, no meio de uma avenida.
















A GATA COMEU (1985)

          Pessoas perdidas numa ilha... Não, não é Lost... Assim começava esse grande sucesso de Ivani Ribeiro. Em 1985 "A gata comeu" contava a história improvável de um amor entre um casal que se odiava, Jô Penteado (Christiane Torloni) e Fábio (Nuno Leal Maia). Baseado numa história antiga sua, Ivani Ribeiro conquistou o público com uma história leve e divertida onde a gente já sabia o final, mas mesmo assim parava na frente da TV para assistir.



SINHÁ MOÇA (1986)

          Dois anos antes das comemorações do centenário da Abolição da escravatura (1986), Benedito Ruy Barbosa escreveu e Jayme Monjardim participou da direção de uma das novelas mais vistas no mundo todo. Seguindo o rastro de "Escrava Isaura", Sinhá Moça (que também contava com Lucélia Santos e com Rubens de Falco como vilão) contava uma história de amor e lberdade  onde a mocinha  desafiava o pai malvado, casava-se num Quilombo e paria o filho presa numa senzala.


CAMBALACHO (1986)


          A onda de falta de vergonha na cara que assolava (e ainda assola) o país serviu de inspiração para Sílvio de Abreu escrever Cambalacho. Uma novela hilária, onde Naná (Fernanda Montenegro) dava pequenos golpes para sobreviver e cuidar dos filhos adotivos sem saber que era a herdeira de uma grande fortuna. Regina Casé e Consuelo Leandro divertiam as noites como Tina Pepper e Lili Bolero.



VALE TUDO (1988)

          Talvez, a obra prima de Gilberto Braga. Vale a pena ser honesto no Brasil? Esse era o grande tema de Vale Tudo (1988), que originalmente se chamaria "Pátria Amada". Regina Duarte e Glória Pires (Raquel e Maria de Fátima), mãe e filha que seguiam por caminhos diferentes as suas vidas...
          Uma, de vendedora de sanduíches na praia chega a  dona de uma rede de restaurantes...
       A outra, golpista e sem escrúpulos era capaz de vender o próprio filho para se dar bem na vida...

           Brasil, mostra a tua cara! Música de Cazuza cantada por Gal Costa na abertura...

           E o grande mistério que sacudiu o Brasil naqueles primeiros dias de 1989: Quem mantou Odete Roitman?









QUE REI SOU EU? (1989)

          Considerado o maior sucesso de Cassiano Gabus Mendes e um dos maiores marcos da teledramaturgia brasileira de todos os tempos. De maneira inteligente e sarcástica, "Que Rei Sou Eu?" fazia uma sátira ao momento político vivido pelo Brasil naquele ano de 1989.
          O reino de Avilan era uma caricatura do Brasil, onde a corrupção corria solta. Uma rainha cruel mas engraçada (Rainha Valentin - Tereza Rachel), uma trupe de conselheiros corruptos, um bruxo poderoso (Ravengar - Antoio Abujamra) e um mendigo que era transformado em Rei (Pichot - Petrus III - Tatus Gabus Mendes).


          Do outro lado, os rebeldes que lutavam por justiça e que eram liderados por Jean Pierre (Edson Celulari) - que era o verdadeiro herdeiro do trono- ,  o bobo da corte Corcoran (Stenio Garcia) e a corajosa Aline (Giulia Gan). Poucas vezes uma telenovela conseguiu ser tão autêntica e original.



GUERRA DOS SEXOS (1983)

          Grande sucesso de Sílvio de Abreu no horário das sete, a novela escrachada teve uma das cenas mais famosas da teledramaturgia: a briga com tortas na cara entre Fernanda Montenegro e Paulo Autran.





TIETA (1989)


          Livremente adaptada da obra de Jorge Amado, "Tieta" foi escrita por Agnaldo Silva e está na galeria das novelas inesquecíveis. A história da pastora de cabras que, vinte anos depois de ter sido expulsa da sua cidade natal, retorna rica e poderosa empolgou o Brasil. Bety Faria deu vida a protagonista, e Joana Fomm consagrou-se para sempre como a vilã Perpétua.
          "Tieta" teve problemas com a Igreja Católica pelo teor incestuoso do relacionamento entre Tieta e seu sobrinho Ricardo (Cassio Gabus Mendes), mas o público não rejeitou a história em momento algum. Na abertura, Isadora Ribeiro contorcia-se nos efeitos de Hans Donner, lembrando uma serpente. A Mulher de Branco (personagem que atacava os homens da novela), a rolinha rebelde Maria Imaculada (Luciana Braga) e os ataques de Cinira (Rosane Gofman) ao ver um homem sem camisa movimentavam a trama inesquecível daquele 1989.























Um comentário:

  1. Olá Cristiano Refosco vc deixou um comentário em meu blog sobre brinquedos adaptados, o Reinaldinho da Vanzetti pediu seu telefone para lhe passar as informações correta sobre o assunto, caso queira aqui estão os contatos dele
    Reinaldo Arcolini Filho
    Departamento de Marketing e Comunicação
    webmaster@vanzetti.com.br
    www.vanzetti.com.br
    +55 (19) 3542-5444
    +55 (19) 3551-5124

    ResponderExcluir