terça-feira, 18 de outubro de 2011

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

 
      Em agosto de 2006, durante a Convenção Internacional de Direitos Humanos das Pessoas com Deficiência, da Organização das Nações Unidas (ONU), ficou definido que a nomenclatura mais adequada para referir-se às pessoas com a chamada deficiência mental na verdade é deficiência intelectual. (Ciranda da Inclusão, 2010). Ainda temos na matéria que essa deficiência não é considerada uma doença ou um transtorno psiquiátrico, e sim um prejuízo das funções cognitivas causado por um ou mais fatores que acompanham o desenvolvimento do cérebro. É considerado deficiente intelectual “pessoas com funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com manifestação antes dos 18 anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas.
      Os diagnósticos devem ser reavaliados antes dos seis anos de idade, visto que nesta fase de desenvolvimento, muitas mudanças e estimulações podem ocorrer, alterando as características da criança. Segundo pesquisas, nas escolas especializadas, o índice de alunos com Deficiência Intelectual chega à 60% dos alunos matriculados, já nas escolas regulares o índice chega à 27%, estes dados correspondem ao Censo Escolar de 2005. (Esclarecendo as deficiências, 2009).
 
 
Características dos Alunos com Deficiência Intelectual
Área motora: algumas crianças com deficiência intelectual leve não apresentam diferença significativas em relação às crianças consideradas “normais”, porém podem apresentar alterações na motricidade fina. Nos casos mais severos pode-se perceber incapacidades outras mais acentuadas, tais como dificuldade de coordenação e manipulação. Podem também começar a andar mais tardiamente.
 
Área cognitiva: alguns alunos com deficiência intelectual podem apresentar dificuldades na aprendizagem de conceitos abstratos, em focar a atenção, na capacidade de memorização e resolução de problemas, na generalização. Podem atingir os mesmos objetivos escolares que alunos considerados “normais”, porém em alguns casos com um ritmo mais lento. 
 
Área da comunicação: em alguns alunos com deficiência intelectual é encontrada dificuldade de comunicação, acarretando uma maior dificuldade em suas relações.
 
Área sócio-educacional: em alguns casos de deficiência intelectual ocorre uma discrepância entre a idade mental e a idade cronológica, porém temos de ter claro que a melhor forma de promover a interação social é colocando os alunos no contato com seus pares da mesma idade cronológica, para participar das mesmas atividades, aprendendo os comportamentos, valores e atitudes apropriados da sua faixa etária. O fato de o aluno ser inserido numa turma que tenha sua “idade mental”, ao invés de contribuir para seu desenvolvimento, o infantiliza e dificulta seu desenvolvimento psíquico-social. (Esclarecendo as Deficiências, 2009). 
 
Dicas que podem ser importantes para o trabalho com os alunos com Deficiência Intelectual:
  • Focar a atenção, dando prioridade aos objetivos que queremos ensinar;
  • Partir de contextos reais;
  • Criar situações de aprendizagem positivas e significativas, preferencialmente em ambientes naturais aos alunos;
  • Usar situações em formas mais concretas possíveis;
  • Transferir comportamentos e aprendizados adquiridos para novas situações;
  • Dividir as tarefas em partes, aumentando as dificuldades gradualmente, respeitando o timo do aluno;
  • Motivar, elogiar o sucesso e valorizar a autoestima;
  • Atender não só a área dos conhecimentos acadêmicos, como também os aprendizados que melhorem a qualidades de vida de todos os alunos;
  • Experimentar situações do cotidiano no campo dos conhecimentos acadêmicos, como ensinar a ler e escrever o nome, o endereço, a utilizar o telefone, a ler informações do ponto de ônibus, das placas e dos rótulos, a ver as horas, compreender o valor monetário, a fazer compras e a dar troco, a organizar materiais, a utilizar os utensílios domésticos, a ter higiene pessoal, a se comportar em diferentes ambientes, a utilizar transporte público, a se comunicar e a se fazer entender por diferentes pessoas;
  • Utilizar, em seu trabalho, diferentes tipos de linguagem, como música, artes expressões corporais, entre outras;
  • Crer, principalmente, que o aluno com deficiência intelectual pode aprender como outra criança, só é preciso acreditar nisso e ter as ferramentas necessárias; e
  • Acompanhar continuamente o processo de aprendizagem do aluno, registrando suas observações, para poder, com o tempo, perceber quais são os meios traçados por cada um, em especial, para aprender, pois não há um perfil único para os alunos com deficiência intelectual. (Revista Ciranda da Inclusão, 2010).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Honora, Márcia; Frizanco, Mary Lopes Esteves. Ciranda da Inclusão (Esclarecendo as Deficiências), São Paulo, 2009.

MAZZILLO, Ida Beatriz Costa Velho; Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Inclusão, Curitiba: IESDE Brasil A.S., 2008. 
Revista Ciranda da Inclusão, 2010.

Nenhum comentário:

Postar um comentário