sábado, 6 de julho de 2013

A ORIGEM SOMBRIA DOS CONTOS DE FADAS - PARTE 2




A BELA ADORMECIDA

      O conto original de A Bela Adormecida foi escrito em 1634, pelo italiano Giambattista Basile que havia publicado um conto chamado Sol, Lua e Tália. A princesa chamava-se Tália, e seus filhos Sol e Lua.
 
      Porém... Em relatos franceses e espanhóis do século 14 ao 16, as versões de A Bela Adormecida são obscuras... Abaixo segue trechos de duas versões desse conto.

      Numa das versões, uma farpa de linho encantada entra sob a unha da princesa Tália e ela imediatamente cai adormecida. O rei coloca sua filha em uma cadeira de veludo no palácio, tranca e abandona o reino para sempre, para apagar a lembrança de sua dor.
 

      Algum tempo depois, outro rei estava por ali caçando e encontra Tália. Ele apaixona-se por sua beleza, mas como não consegue acordá-la, a estupra e vai embora. Nove meses depois Tália dá a luz a gêmeos, Sol e Lua, mas continua adormecida. Um dia um dos bebês não encontra seu seio para mamar e coloca a boca no dedo da mãe e suga. Suga com tanta força, que extrai a farpa e a faz despertar.

      Um dia o rei lembra de sua aventura com Tália e resolve ir visitá-la. A esposa do rei descobre o caso e manda cozinhar as duas crianças e serví-las para o rei. Mas o cozinheiro prepara cabritos no lugar. Depois a rainha manda buscar Tália para lançá-la ao fogo, mas o rei chega a tempo e lança a própria esposa no lugar de Tália. Ele casa-se com Tália e vive com ela e seus filhos.
      Em outra versão, é um príncipe que estupra a bela adormecida e a engravida.
      Ele continuou a se satisfazer sexualmente durante os nove meses antes da adormecida dá luz a gêmeos que ao nascerem foram em busca de leite acabaram acidentalmente chupando o dedo dela, retirando assim a farpa amaldiçoada.
 
      O príncipe voltou após o nascimento dos gêmeos. Mas quando ele chegou lá e encontrou a bela, já não mais adormecida e com duas crianças, decidiu-se casar com ela, mas ele não poderia levá-la ao seu castelo, pois sua mãe que era uma aberração e tinha o habito de comer crianças.
      Por isso ele esperou alguns anos até que seu pai morre-se e ele vira-se rei para aí então poder levar sua mulher e filhos para seu reino. E assim aconteceu, mas na primeira viagem que ele fez, sua mãe resolveu comer seus dois netos, e não satisfeita, também sua nora. Mas, com a ajuda do cozinheiro a bela conseguiu se esconder até o retorno do seu marido, que quando ficou sabendo dos planos de sua mãe mandou matá-la.


BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES

      O conto atual da Branca de Neve sofreu poucas alterações, mas o que foi alterado era perverso.
      Abaixo segue algumas observações na versão dos Irmãos Grimm.
      Algo sinistro nessa história é a compulsão que o príncipe tem por Branca de Neve, sendo que ela tinha apenas sete anos...

      (...) e ao invés de dar um "beijo de amor", o principie carrega o corpo morto da branca de neve para seu palácio, para que assim ela estivesse sempre com ele. 
      Depois de algum tempo, um de seus servos, cansado de carregar o corpo da garota, resolve descontar sua frustração e espanca Branca de Neve. Um dos golpes desferidos no estômago faz com que ela vomite a maçã envenenada e assim volte à vida.
      Nas histórias mais antigas a rainha não pedia ao caçador para trazer apenas o coração da Branca de Neve. Ela queria um jarro com seu sangue e também outros órgãos como pulmão e fígado para ser servido no jantar.
      Na história original da Branca de Neve, a madrasta malvada, que em algumas versões não é madrasta e sim sua mãe, não cai de um penhasco como é mostrado no final do filme da Disney. Ela é forçada a vestir sapatos de ferro em brasa e dançar até cair morta.


A PEQUENA SEREIA
      Na versão de A Pequena Sereia da Disney, a princesa Ariel termina sendo transformada em um ser humano para que possa casar com Eric. Há uma festa maravilhosa com a presença de seres humanos e seres do mar...
 
      No entanto, segue abaixo trechos do conto original de Hans Christian Andersen de 1837:
      Na sua ida à superfície, a pequena sereia se apaixona por um príncipe de um navio e o salva quando o navio afunda. Ela vai atrás da bruxa do mar para ganhar pernas, mas sob algumas condições, ela perderá a voz, a cada passo sentirá dor como se pisasse em facas e por fim, se o príncipe não se casar com ela, ela estará condenada a virar espuma do mar.
 
      Depois da transformação ela se aproxima do príncipe e ele passa a amar, mas ele à ama como se ama uma criança e não uma esposa.
 
      Algum tempo depois, um casamento é arranjado entre o príncipe e uma princesa de um reino próximo.
      No dia antes do casamento, as irmãs da sereia aparecem. Elas deram seus cabelos para a bruxa em troca de uma faca, que se cravada no coração do príncipe, dará a chance de a pequena sereia continuar viva e voltar a ser sereia como antes. Mas, ao invés disso, a pequena sereia pula no mar e morre se dissolvendo em espuma.

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