quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

NEURÔNIOS DO CARINHO


      Carinho é bom e relaxa, mas agora há uma explicação científica para isso. Pesquisadores americanos conseguiram identificar o grupo de neurônios abaixo da pele e dos cabelos que detectam quando o corpo é acariciado, mas não quando ele recebe algum tipo de agressão. O estudo mostrou que estas mesmas células promovem uma sensação de bem estar quando ativadas.
      O estudo do Instituto de Tecnologia da Califórnia foi feito em camundongos, mas os pesquisadores acreditam que os resultados possam ser aplicados até ao homem. “Como os mecanismos sensoriais mais básicos são conservados entre os mamíferos, acredito que o estudo possa ser aplicado em outros mamíferos também, talvez até em humanos”, disse ao iG David Anderson, autor principal do estudo publicado esta semana no periódico científico Nature .
      A equipe de pesquisadores descobriu um grupo de células que só respondem ao carinho. Quando os camundongos eram cutucados ou beliscados, estes neurônios não eram ativados.
      No experimento eles confinaram um camundongo em um ambiente com uma solução química que ativava estes neurônios. No dia seguinte, o animal era levado para uma área vizinha com uma solução salina, desenvolvida para não ter efeito nenhum nos camundongos.
      Depois de um tempo, o camundongo tinha acesso as duas áreas e podia escolher em que área ficar. O animal passou muito mais tempo na área com a solução que ativava os neurônios do carinho.
Os pesquisadores não descartam a possibilidade de desenvolver uma nova droga que ative os neurônios relacionados com o carinho. “Eu estaria interessado neste estudo, caso alguém queira financiar a busca desta uma droga. Talvez ela pudesse aliviar a dor ou coceira da pele em seres humanos e animais, ou simplesmente nos fazer sentir melhor”, disse ao iG .

FONTE: http://ultimosegundo.ig.com.br

SENAC FORMA PRIMEIRA TURMA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL


     

       A iniciativa foi inédita na cidade e teve como objetivo auxiliar na capacitação profissional de pessoas com deficiência intelectual e na sua inserção no mercado de trabalho.
      Segundo a gerente da unidade, Sueli Miwa, as aulas do programa são destinadas a alunos com deficiência intelectual e em situação de vulnerabilidade social, alfabetizados ou não, que possam desempenhar atividades profissionais compatíveis com o mercado.
      "Nossa meta é contribuir para a inclusão desses alunos, ampliando sua capacidade de gerir a própria vida e de se relacionar, a fim de favorecer a convivência, a geração de renda e a inserção no mundo do trabalho."
      As aulas são diárias e conduzidas por docentes especialistas, com metodologia de aprendizagem específica. O programa visa à adaptação dessas pessoas para a sociedade. "Ficamos muito satisfeitos com o resultado do programa. Os alunos superaram nossas expectativas e alguns deles até começaram a trabalhar durante o curso", afirma a gerente.
     No dia 24 de janeiro, houveuma solenidade no auditório da unidade, onde os estudantes receberam o certificado de conclusão do curso, com a participação dos familiares.
      A próxima turma está programada para iniciar em fevereiro de 2013.


quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

GÊMEOS XIFÓGAPOS - ENTENDENDO O QUE ACONTECE


   Gêmeos xifópagos (siameses)

   
Os gêmeos xifópagos, ou siameses, são monozigóticos, ou seja, formados a partir do mesmo zigoto. Porém, nesse caso, o disco embrionário não chega a se dividir por completo, produzindo gêmeos que estarão ligados por uma parte do corpo, ou têm uma parte do corpo comum aos dois. O embrião de gêmeos xifópagos é, então, constituído de apenas uma massa celular, sendo desenvolvido na mesma placenta, com o mesmo saco aminiótico.



    Estima-se que dentre 40 gestações gemelares monozigóticas, uma resulta em gêmeos interligados por não separação completa. Num outro tipo de gêmeos xifópagos (hoje sabidamente mais comum) a união acontece depois, ou seja, são gêmeos idênticos separados que se unem em alguma fase da gestação por partes semelhantes: cabeça com cabeça; abdômen com abdômen; nádegas com nádegas, etc. Quando vemos alguma notícia de gêmeos que foram "separados" por cirurgia, trata-se, quase sempre, de um caso destes. O termo "siameses" originou-se de uma famosa ocorrência registrada desse fenômeno: os gêmeos Chang e Eng, que nasceram no Sião, atual Tailândia, em 1811, colados pelo ombro. Eles casaram, tiveram 22 filhos e permaneceram unidos até o fim de seus dias, tendo falecido com um intervalo de 3 horas um do outro.




SCHLITZ SURTEES, ATOR COM MICROCEFALIA

     
       
       Schlitzie, nascido em 1901, depois de participar do filme Freaks de 1932, produzido por Tod Browning, se tornou possivelmente o mais conhecido ator bizarro de sempre. A data de nascimento é uma suposição, pois na verdade ninguém sabia a data, o nome real e o local onde nasceu o jovem que foi abandonado pela família.
        Abandonar ou vender crianças deficientes era costume aquela época. O destino era, quase sempre, os circos de horrores e bizarrices conhecidos pelo nome politicamente correto de circos de curiosidades etnológicas, como o famoso Ringling Bros. and Barnum & Bailey Circus. de Phineas Taylor Barnum que enriqueceu explorando os deficientes.
        Schlitzie, que pode ter nascido no Bronx, Nova Iorque; Santa Fé, Novo México ou Yucatan, México, sofria de microcefalia, uma condição neurológica em que o tamanho da cabeça é menor do que o tamanho típico para a idade da criança, e por isso tinha um crânio bem pequeno, baixa estatura e retardamento mental severo como se fosse uma criança de 3 anos de idade.



        Schlitzie era homem, mas para que ficasse com um aspecto ainda mais tosco e bizarro, Tod Browning pediu que ele se vestisse de mulher para fazer o filme Freaks. A partir daí só se apresentava em público desta forma. Não havia quem não se rendesse ao sorriso da "eterna criança grande" que morreu aos 70 anos em uma asilo para idosos em 1971.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

ÔNIBUS COM RAMPAS NA CAPITAL DA ESCÓCIA


      Se há duas semanas Edimburgo contava com seis opções de ônibus turísticos, cada um percorrendo uma rota distinta, agora são apenas quatro. O vintage bus, o mais antigo de todos e um dos mais procurados pelos visitantes, saiu de circulação por ser o único não adaptado para cadeirantes. Ele só voltará às ruas no ano que vem, depois de ganhar as devidas rampas, também presentes em todos os ônibus urbanos da capital escocesa.
      Daí é possível ter uma ideia de como questões do turismo acessível são tratadas pelo destino. Deficientes visuais, auditivos e cadeirantes circulam tranquilamente pelas calçadas bem conservadas da cidade, assim como têm acesso facilitado na maioria dos restaurantes, lojas e hotéis.
      Apesar de ser uma construção medieval – e, por esse motivo, com caminhos que oferecem dificuldade até mesmo para quem não tem qualquer deficiência física -, ocastelo de Edimburgo, maior atração local, tem rampas de acesso para a maioria de suas áreas. A exposição mais disputada, que exibe as joias da realeza da Escócia, é totalmente acessível para cadeirantes, conta com informações em braile e aceita cães-guia (para entrar no país, o cão precisa ter documentos, vacinas e um chip interno de acordo com as regras do Reino Unido: defra.gov.uk/wildlife-pets/pets/travel) . O visitante pode ainda alugar lá mesmo uma cadeira de rodas ou solicitar o auxílio de carrinhos de golfe.
      Depois de sua última viagem sob o comando da família real, em 1997, o iate Britannia foi ancorado em Edimburgo e transformado em museu. Apesar dos desafios que seu ambiente interno proporciona, faz inveja no quesito acessibilidade. Todos os andares são dotados de rampas ou elevadores, aceita cães-guia e conta com audioguias, combinação que lhe rendeu a máxima classificação em acessibilidade turística pelo VisitScotland, o escritório turístico nacional.

Glasgow. A maior cidade da Escócia – e a segunda mais visitada por turistas estrangeiros depois de Edimburgo -, segue a mesma linha da capital.
      Neste ano, Glasgow renovou sua frota de ônibus turísticos e colocou nas ruas cinco novas unidades que fazem o tour hop-on/hop-off. Todos com acesso a cadeiras de rodas. Caminhar pelas ruas e admirar a arquitetura dos prédios, visitar a catedral da cidade ou descansar no jardim botânico também são opções acessíveis a qualquer turista.
      Com mais de 30 galerias de arte e museus, a cidade se orgulha de ter quase todos dentro das normas de acessibilidade. Um exemplo é o novo Riverside Museum, inaugurado em 2011. Com vasto acervo de antigos meios de transportes, é dotado de atrações interativas que contam a evolução do segmento no país. Tudo com altura ideal e ao alcance das pessoas com necessidades especiais. Tem mais: quando um turista visita o local acompanhado de seu cão-guia, vale pedir, além do audioguia, uma vasilha de água para saciar a sede do cachorro.

Fonte: O Estado de S.Paulo

sábado, 26 de janeiro de 2013

A FÁBRICA DE EMOÇÕES DE DUCHENNE





      Dentre as doenças neuromusculares que mais atendi na neuropediatria está  a Distrofia Muscular Progressiva de Duchenne. É uma doença que acomete a musculatura e que aparece em meninos (a mãe é portadora do gene, mas não a desenvolve). Ela tem esse nome por causa do médico que a pesquisou, o doutor Guillaume Duchenne. O que eu não sabia era desse outro trabalho que ele realizava e que encontrei num site:



A fábrica de emoções de Duchenne

      Um dos experimentos científicos mais chamativos, por seu caráter visual, talvez seja o experimento sobre eletro-estimulação em músculos faciais realizado por Guillaume Benjamin Amand Duchenne de Boulogne. Duchenne foi um neurologista francês do século XVIII que, interessado nas experimentações de Luigi Galvani com eletro-estímulos musculares em animais, investiu enorme quantidade de recursos em "mapear" os músculos faciais e as expressões resultantes a partir dos estímulos elétricos.
      Assistido pelo trabalho em musculatura do anatomista escocês Charles Bell, Duchenne publicou uma obra intitulada "
Mecanisme da Physionomie Humaine", a qual, por suas incríveis imagens, cativaria o interesse de algumas das mentes mais brilhantes de sua época apesar do pouco rigor científico da obra -inclusive Darwin, que utilizou as imagens de Duchenne em seu tratado de 1872 "A expressão das emoções no homem e nos animais"-. De fato Duchenne estava interessado em achar um "elo" entre as expressões e a alma.




     Para sua obra utilizou seis modelos, pacientes seus com deficiência mental. Ele sempre levava anestesistas profissionais às sessões para que eles não padecessem de dor alguma. Ainda que hoje pareça brutal, para a época, na qual tratavam os doentes mentais sem família como lixo, a atitude de Duchenne de tentar não causar dor a seus pacientes era, relativamente, muito humana. Seu principal modelo era um homem ao qual denominava
"velho desdentado, de cara magra, cujas feições, sem ser absolutamente feias, resultam triviais e ordinárias".


      Não obstante, equivocado em sua teoria principal, Duchenne ajudou a impulsionar o incipiente campo da neurologia. Entre suas descobertas mais importantes encontra-se o da "Distrofia muscular de Duchenne", uma miopatia de origem genética e a mais comum das distrofias, que afeta dezenas de milhares de pessoas em todo o mundo.


sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

PEDIATRAS FAZEM CAMPANHA CONTRA O USO DE ANDADORES PARA BEBÊS


      A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) começou hoje uma campanha contra o uso de andadores para bebês. A entidade diz que há pelo menos um caso de traumatismo para cada duas a três crianças que utilizam o andador e que em um terço destes casos as lesões são graves. Os pediatras explicam que bebês que usam o equipamento levam mais tempo para ficar de pé e para caminhar sem apoio, engatinham menos e têm resultados inferiores em testes de desenvolvimento.
      O exercício físico também é prejudicado pelo uso do andador, pois, embora ele dê mais mobilidade e velocidade, a criança precisa gastar menos energia com ele do que tentando alcançar o que lhe interessa sem ajuda.
      Um dos principais fatores de risco para traumas em crianças, de acordo com a SBP, é dar a ela mais independência do que sua idade permite. Tendo essa liberdade, a criança pode ter acesso a objetos e locais que podem provocar queimaduras, intoxicações e afogamentos. Ainda esta semana, a SBP vai se reunir com o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) para que os dois órgãos possam discutir a segurança do andador e as providências possíveis.
      Em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, desde 2010 o uso de andadores por crianças em creches e escolas públicas é proibido. Isso ocorreu depois da morte de uma criança de 10 meses, que caiu enquanto usava um andador. Rui Wolf, o pediatra que atendeu à criança, entrou com denúncia no Ministério Público, que em seguida recomendou que a prefeitura proibisse o uso do equipamento.
      — A venda de andadores deveria ser proibida em todo o Brasil — diz Wolf.
      Geraldo Henrique Soares, pediatra professor da Faculdade de Medicina de Botucatu e que já atendeu muitas crianças que sofreram acidente envolvendo andadores, acredita que o equipamento mais propicia acidentes do que ajuda no desenvolvimento infantil.
      — Eu acho que o pai estimular a criança e respeitar as fases dela é que vai favorecer o desenvolvimento da criança. Muitas vezes a criança ainda não tem condições de suportar nem o próprio peso e, usando andador, ela não vai ter condições de manter a posição ereta quando vier algum obstáculo — diz Geraldo, acrescentando que muitas vezes a criança muito pequena pode ter lesões nas articulações e na musculatura pelo uso de andador.

FONTE: http://zerohora.clicrbs.com.br/

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

HISTÓRIA DOS SURDOS


     A história dos surdos regista os acontecimentos históricos dos surdos, como grupo que possui uma língua, uma identidade e uma cultura.
     Ao longo das
eras, os Surdos travaram grandes batalhas pela afirmação da sua identidade, da comunidade surda, da sua língua e da sua cultura
, até alcançarem o reconhecimento que têm hoje, na era moderna.     No Egito, os Surdos eram adorados, como se fossem deuses, serviam de mediadores entre os deuses e os Faraós, sendo temidos e respeitados pela população.
     Na época do povo
Hebreu, na Lei Hebraica, aparecem pela primeira vez, referências aos Surdos.
      Na Antigüidade os chineses lançavam-nos ao mar, os gauleses sacrificavam-nos aos deuses Teutates, em Esparta eram lançados do alto dos rochedos. Na Grécia, os Surdos eram encarados como seres incompetentes. Aristóteles, ensinava que os que nasciam surdos, por não possuírem linguagem, não eram capazes de raciocinar. Essa crença, comum na época, fazia com que, na Grécia, os Surdos não recebessem educação secular, não tivessem direitos, fossem marginalizados (juntamente com os deficientes mentais e os doentes) e que muitas vezes fossem condenados à morte. No entanto, em 360 a.C., Sócrates, declarou que era aceitável que os Surdos comunicassem com as mãos e o corpo. Séneca afirmou:
Cquote1.svgMatam-se cães quando estão com raiva; exterminam-se touros bravios; cortam-se as cabeças das ovelhas enfermas para que as demais não sejam contaminadas; matamos os fetos e os recém-nascidos monstruosos; se nascerem defeituosos e monstruosos, afogamo-los, não devido ao ódio, mas à razão, para distinguirmos as coisas inúteis das saudáveis. Cquote2.svg
'

     Os Romanos, influenciados pelo povo grego, tinham ideias semelhantes acerca dos Surdos, vendo-o como ser imperfeito, sem direito a pertencer à sociedade, de acordo com Lucrécio e Plínio. Era comum lançarem as crianças surdas (especialmente as pobres) ao rio Tibre, para serem cuidados pelas Ninfas. O imperador Justiniano, em 529 a.C., criou uma lei que impossibilitava os Surdos de celebrar contratos, elaborar testamentos e até de possuir propriedades ou reclamar heranças (com excepção dos Surdos que falavam).
     Em Constantinopla, as regras para os Surdos eram basicamente as mesmas. No entanto, lá os Surdos realizavam algumas tarefas, tais como o serviço de corte, como pajens das mulheres, ou como bobos, de entretenimento do sultão.
     Mais tarde, Santo Agostinho defendia a ideia de que os pais de filhos Surdos estavam a pagar por algum pecado que haviam cometido. Acreditava que os Surdos podiam comunicar por meio de gestos, que, em equivalência à fala, eram aceites quanto à salvação da alma.
     A
Igreja Católica, até à Idade Média, cria que os Surdos, diferentemente dos ouvintes, não possuíam uma alma imortal, uma vez que eram incapazes de proferir os sacramentos
.
     John Beverley, em 700 d.C., ensinou um Surdo a falar, pela primeira vez (em que há registo). Por essa razão, ele foi considerado por muitos como o primeiro
educador
de Surdos.
      É só aqui, no fim da Idade Média e inicio do
Renascimento, que saímos da perspectiva religiosa para a perspectiva da razão
, em que a deficiência passa a ser analisada sob a óptica médica e científica.
     Foi na Idade Moderna que se distinguiu, pela primeira vez, surdez de mudez. A expressão surdo-mudo, deixou de ser a designação do Surdo.

FONTE: http://cn1004g02.blogspot.com.br/p/surdo-famoso.html

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

MEMÓRIA DA TV - RAINHA DA SUCATA - SUICÍDIO DE LAURINHA



AGENESIA DE CORPO CALOSO (ACC)


      Agenesia de corpo caloso (ACC) é uma má formação congênita que se caracteriza  pela ausência (agenesia) do corpo caloso, com o aumento significativo dos cornos ocipitais. Algumas vezes nomeada de Disgenesia de corpo caloso, sendo esse termo aplicado desde a agenesia total do corpo caloso ( total ausência) à sua perda parcial, encurtamento ou ao desenvolvimento incompleto. O corpo caloso normalmente desenvolve-se entre a décima segunda e a vigésima semana de gestação. Ele faz a ligação e a comunicação entre os dois hemisférios cerebrais, e sua ausência pode ser assintomática ao longo da vida de um ser humano ou apresentar sintomas como epilepsia e atraso no desenvolvimento psicomotor (DNPM). Acomete de uma a três crianças a cada mil nascimentos.
Sintomas
      A ACC apresenta-se assintomática na maioria dos casos, mas pode também apresentar vários sintomas, como a síndrome de desconexão cerebral, onde o aprendizado e a memória não são compartilhados entre os dois hemisférios do cérebro, quadros de cefaleia, hemiparesia e hipotonia podem estar presentes em um número pequeno dos casos, também pode haver eventos de convulsões e retardo no desenvolvimento psicomotor, podendo existir um déficit mental variável, dependendo da extensão da agenesia e da associação com outras lesões.  É comum que a agenesia de corpo caloso esteja associada a síndromes e outras malformações.


Agenesia de corpo caloso
      Pessoas com agenesia de corpo caloso podem apresentar dificuldades que evidenciam a falta de coordenação entre as atividades dos dois hemisférios cerebrais pela inexistência das fibras que os ligam, é como se as atividades visuais do hemisfério direito, não se integrassem com as atividades verbais do hemisfério esquerdo. Algumas vezes o corpo caloso é seccionado como medida terapeutica. Quando isso ocorre, os pacientes podem recuperar muito da coordenação hemisférica, embora essa recuperação seja muito demorada. Existem relatos mostrando uma melhora do quadro de deficiências dos pacientes agênicos a partir do final da segunda década de vida, levando a crer que essa descoordenação entre os hemisférios cerebrais vai sendo amenizada com o passar dos anos.

Associações

      A agenesia de corpo caloso, ou a disgenesia de corpo caloso pode ser associada à Síndrome de Aicardi (que nesse caso acomete apenas as meninas), complexo de Dandy-Walker, malformação do tipo Chiari, distúrbios da migração neural como a esquizencefalia, heterotopia nodular e displasias corticais, defeito da linha mediana como os lipomas curvilíneos e túbulo-nodulares e por fim à encefalomalácia periventricular.

 Diagnóstico

      Pode ser detectada ainda durante a gestação, pelo exame de ultrassonografia. Após o nascimento os exames de ressonância magnética e tomografia computadorizada são os mais comumente utilizados para detectar a ausência do corpo caloso. Esses procedimentos permitem a verificação do funcionamento do cérebro através de imagens sucessivas ou em cortes, dando uma noção bastante aproximada da anatomia cerebral. Pode ser feita a partir do nascimento do indivíduo até a fase adulta, podendo em qualquer época apresentar o diagnóstico preciso. Não existe uma idade ideal para que se faça a investigação ou se realize o diagnóstico, pois a ACC pode ser completamente assintomática, e em muitos casos pode ser descoberta casualmente em um exame em que o paciente investigasse outras doenças. Quando a ACC apresenta sinais claros, como convulsões e espasmos é comum que se investigue as causas e então chegue-se ao diagnóstico.Ocorrência
      Ocorre com igual frequência em pacientes do sexo masculino e feminino. Haverá diferença de síndromes com as quais a agenesia de corpo caloso é associada, pois algumas acometem mais a indivíduos do sexo feminino e outras a indivíduos do sexo masculino.

 Causas

      Dentre as possíveis causas para essa má-formação encontram-se a associação com cerca de vinte e cinco síndromes genéticas, erros inatos do metabolismo, exposição fetal a fatores tóxicos, isquemias e há estudos que apontam para o uso abusivo de álcool e cocaína pela mãe durante a gestação. Tipos de agenesia
  • Tipo I - Agenesia total de corpo caloso: Caracterizada pela total ausência do corpo caloso.
  • Tipo II - Agenesia parcial ou hipogenesia: O corpo caloso apresenta encurtamento em graus variados.
  • Tipo III- Hipoplasia :Embora nesse caso o corpo caloso esteja completamente formado, apresenta redução em seu tamanho, e em geral está associada a importantes alterações do córtex cerebral.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

VESTIDO DE NOIVA INCLUSIVO


      Ao ver se aproximar a data em que teria de escolher um tema para seu projeto de final de curso, a estudante de design Drielli Valério de Oliveira, a Drika, 24, chegou a perder noites de sono de tanto pensar. Ela gostaria de desenvolver um projeto sobre moda, mas não queria nada banal ou sem utilidade social.
      Numa dessas noites insones, veio a ideia. A estudante resolveu criar um vestido de noiva inclusivo. Um modelo que possa ser usado por mulheres de todos os tipos, inclusive as acima do peso ou com deficiência física.
      Drika foi à luta e estudou noções de ergonometria. Também se dedicou a entender o que é acessibilidade. Na Sorri, entidade que trabalha na inclusão de deficientes, fez um sorteio entre três cadeirantes e ganhou uma parceira, Roberta Rieni Ramos de Jesus, sua modelo para o vestido de noiva. O figurino não vai ficar apenas no papel. Com uma lista de lojas especializadas na mão, a estudante foi atrás de patrocínio e conseguiu, no primeiro lugar em que entrou, a Lauviah Noivas e Festas. Depois de pronto e apresentado, a intenção é que o vestido fique à disposição para aluguel.
      Além de apresentar o vestido inclusivo na faculdade em que estuda, no Iesb (Instituto de Ensino Superior de Bauru), Drika participa do 4º Concurso Moda Inclusiva, promovido pela Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo. Por causa das regras do concurso, não pode revelar detalhes do modelo.
      Drika sempre gostou de moda e desenha desde criança. No quarto dos pais, uma mesa cheia de papéis e lápis coloridos é seu local de trabalho. Futuramente, ela quer construir um ateliê no quintal da casa, no Mary Dota. Na infância, a estudante gostava de ficar ao lado da tia costureira. E também criava modelos para suas bonecas.
      Agora, prestes a virar profissional, comprou uma boneca vestida de noiva para fazer testes. Precisava de uma cadeira de rodas de brinquedo, não conseguiu e não teve dúvidas: criou uma com material improvisado, como pires e espetinhos de churrasco.

      De uma vizinha, emprestou uma cadeira de rodas de verdade para aprimorar o estudo.  Num único projeto, Drika trabalha para apresentar algo diferente e ao mesmo tempo útil para um segmento social. Tudo o que queria alcançar nas noites sem dormir.  
      Para a Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência, atender as necessidades desse público não se restringe a construir rampa ou garantir uma prótese. As medidas  não devem ser isoladas.

Direito a ter opção é um dos objetivos
      Pessoas com deficiência devem ter o direito de fazer opções de onde e quando ir aos lugares e também na hora de escolher o que vestir.

Modelo conta que é difícil encontrar roupas      Ninguém melhor para relatar as dificuldades para se vestir do que Roberta Rieni Ramos de Jesus, 23, que atua como modelo de Drika para a confecção do vestido de noiva inclusivo. Segundo ela, além da dificuldade de acesso às lojas ainda não adaptadas para receber deficientes físicos, é complicado encontrar roupas adequadas.
      Calça jeans, por exemplo, é quase impossível. A localização de botões e zíper é outra dificuldade encontrada. Roberta está animada com a decisão da estudante de se dedicar à moda inclusiva. “Não sei como ninguém pensou nisso antes”, diz.
      Separada e mãe de dois filhos, de nove e três anos, Roberta afirma que um de seus sonhos era usar um vestido de noiva. Mesmo sem entrar na igreja, o projeto de Drika de certa forma realiza esse desejo. Ela teve um tumor na medula que a deixou paraplégica e faz tratamento para recuperar os movimentos.  
      Depois de apresentar o trabalho de conclusão de curso e participar do concurso, a estudante planeja desenvolver sua vida profissional como estilista de moda inclusiva. No Facebook, ela criou o grupo  Projeto Vestido de Noiva Inclusivo e usa a internet para conversar com portadores de deficiência que ajudam na criação do vestido e de outras peças. Uma das perguntas postadas, por exemplo, é sobre as dificuldades encontradas na hora de se vestir e o que pode ser feito para minimizar essa situação.

MICROCONTO DEVOTEE


CASA DE MASSAGEM   Herculano Neto

      Sou atendente de uma casa de massagem no Centro de Salvador há seis meses. Minha família acredita que trabalho como doméstica numa casa de família, mas na verdade ofereço serviços sexuais rápidos e baratos. Tudo é muito simples: os clientes tocam a campainha, encontram dez garotas trajando lingerie, escolhem a que desejam, depois pagam e vão embora, como se tivessem acabado de sair de uma lanchonete.

     Hoje, observando pelo olho mágico, tive a impressão de que havia um homem com um bebê. Quando abri a porta, descobri que ele carregava o irmão de dezenove anos, que não possuía nem braços ou pernas. O homem disse que era aniversário do irmão e queriam comemorar. As meninas, assustadas, baixaram a cabeça com receio de serem contempladas; eu não – talvez por isso ele tenha me escolhido.

      Dentro do quarto, tentei puxar conversa, descontrair o ambiente, mas ele não dizia nada. Então, tirei sua roupa cuidadosamente, segurei seu torso como se fosse uma boneca (ele era mais pesado do que aparentava) e o coloquei numa posição que eu imaginava ser a mais apropriada para o ato. Foi a primeira vez que gozei no trabalho.

CASA DE MASSAGEM II
Herculano Neto

      Cheguei ao mundo sem os braços e as pernas. Se existe vidas passadas, e lei de causa e efeito, como dizia minha vó, fico imaginando que merda fiz em outra encarnação.

      Todos os dias, meu irmão me deixa na Estação da Lapa pela manhã e me apanha depois do meio-dia. As pessoas que passam por mim, numa mórbida curiosidade, costumam deixar algum trocado, mas nunca peço nada. Muitas têm medo de mim, desviam o caminho, olham com asco, aceleram o passo: e isso me chateia. Sou um cara conformado, sem grandes aspirações na vida, apenas gostaria que me enxergassem naturalmente.

      Hoje é meu aniversário. Meu irmão prometeu que comemoraríamos com estilo. Ele disse que seria uma surpresa, mas me levou a uma casa de massagem — já desconfiava. Quando entramos, as garotas me olharam do mesmo jeito de sempre, escolhi a que parecia ter menos medo de mim. Dentro do quarto ela me tratou com muito cuidado, como se eu pudesse quebrar a qualquer momento, o que me deixou ainda mais chateado. Ela me colocou numa posição que não tinha como dar errado, então a fodi com fúria, com toda a força do meu coração, lembrando de cada olhar de desprezo das ruas, enquanto um sorriso de contentamento ganhava sua face.

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- Vou te contar um segredo.

- Qual?
- Eu transei com um homem de uma perna só.
- E aí, foi legal?
- Ele ficou numa posição ótima e me fez de moleta.
 
Este microconto foi escrito e publicado por Cleyton Cabral no http://cleytudo.blogspot.com/

domingo, 20 de janeiro de 2013

MUDEZ


      Mudez ou Afonia é uma deficiência que indica incapacidade (total ou parcial) de produzir fala.

 Causas de mudez

     As principais causas de mudez são físicas, podem estar relacionadas com a garganta, cordas vocais, língua, boca, pulmões, ou outros.
    A mudez é muitas vezes associada à surdez, isto porque os surdos de nascença, por nunca terem ouvido, nunca aprenderam a falar.
    Uma pessoa pode nascer muda, ou adquirir a mudez mais tarde, como resultado se algum acidente ou devido à exposição a determinados químicos.

 Mudos por escolha

   Há pessoas que decidem, voluntariamente, tornar-se mudos (deixar de falar). Usualmente (nem sempre) isso ocorre por motivos religiosos.

sábado, 19 de janeiro de 2013

SUGESTÃO DE LIVRO - O MEU PÉ DE LARANJA LIMA



     "O meu pé de laranja lima" foi meu livro de transição da literatura infantil para a literatura adulta. Após ler tudo o que havia de Monteiro Lobato na biblioteca da escola pública onde fiz o antigo primeiro grau, aventurei-me por esse livro que achei perdido certa manhã numa estante. Foi o primeiro livro que me fez chorar. Aliás, não tem como não chorar no final deste livro.
     
       O Meu pé de laranja lima  é um romance juvenil, escrito por José Mauro de Vasconcellos e publicado em 1968.
     Foi traduzido para 32 línguas e publicado em 19 países. Foi adotado em escolas e, posteriormente, adaptado para o cinema, televisão e teatro.
      Este livro retrata a história de um menino de cinco anos chamado Zezé, que pertencia a uma família muito pobre e muito numerosa. Zezé tinha muitos irmãos, a sua mãe trabalhava numa fábrica, o pai estava desempregado, e como tal passavam por muitas dificuldades, pelo que eram as irmãs mais velhas que tomavam conta dos mais novos; por sua vez, Zezé tomava conta do seu irmãozinho mais novo, Luís.
      Zezé era um rapazinho muito interessado pela vida, adorava saber e aprender coisas novas, novas palavras, palavras difíceis que o seu tio Edmundo lhe ensinava. Contudo, passava a vida a fazer traquinagens pela rua, a pregar peças aos outros e muitas vezes acabava por ser castigado e repreendido pelos pais ou pelos irmãos, que passavam a vida a dizer que era um mau menino, sempre a fazer maldades. Todos estes fatores e o fato de não passar muito tempo com a mãe, visto que esta trabalhava muito, faziam com que Zezé, muitas vezes, não encontrasse na família o carinho e a ternura que qualquer criança precisa. Somente de sua irmã Glória, que ele carinhosamente chama de "Godóia".
      Ao mudarem de casa, Zezé encontra no seu quintal da sua nova moradia um pequeno pé de laranja lima, inicialmente a ideia de ter uma árvore tão pequena não lhe agrada muito, mas à medida que este vai convivendo com a pequena árvore e ao desabafar com esta, repara que ela fala e que é capaz de conversar consigo, tornando-se assim o seu grande amigo e confidente, aquele que lhe dava todo o carinho que Zezé não recebia em casa da sua família.

FONTE: WIKIPÉDIA

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

GÊMEOS XIFÓPAGOS





      Os gêmeos siameses, também chamados de gêmeos xifópagos, são gêmeos monozigóticos, ou seja, formados a partir do mesmo zigoto. Porém nesse caso, o disco embrionário não chega a se dividir por completo, produzindo gêmeos que estarão ligados por uma parte do corpo, ou têm uma parte do corpo comum aos dois. O embrião de gêmeos xifópagos é, então, constituído de apenas uma massa celular, sendo desenvolvido na mesma placenta, com o mesmo saco amniótico. Estima-se que dentre 40 gestações gemelares monozigóticas, uma resulta em gêmeos interligados por não separação completa.
      Num outro tipo de gêmeos xifópagos (hoje sabidamente mais comum) a união acontece depois, ou seja, são gêmeos idênticos separados que se unem em alguma fase da gestação por partes semelhantes: cabeça com cabeça; abdômen com abdômen; nádegas com nádegas, etc. Quando vemos alguma notícia de gêmeos que foram "separados" por cirurgia, trata-se, quase sempre, de um caso destes.
      O termo "siameses" originou-se de uma famosa ocorrência registrada desse fenômeno: os gêmeos Chang e Eng, que nasceram no Sião, Tailândia, em 1811, colados pelo ombro. Eles casaram, tiveram 22 filhos e permaneceram unidos até o fim de seus dias.
No Brasil, houve 2 casos de bebês que nasceram com duas cabeças cada, o primeiro caso no estado da Paraíba e o segundo caso, no estado do Pará.
     Existem poucos casos de siameses triplos, pois são muito raros, segundo os médicos. O livro Curiosidades da Medicina de Gould e Pyle cita um caso, no século 19, na Sicília, onde três garotos teriam nascido com um único tórax, dois corações, dois estômagos, dois pulmões e três cabeças.

FONTE: Wikipédia

MEMÓRIA DA TV - DUELO FINAL "QUE REI SOU EU?"

Duelo final entre Pichot e Jean Pierre na novela "Que rei sou eu?" (1989). A novela está sendo reprisada no canal Viva.


Fonte: youtube

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

SURDO OU SURDO-MUDO?


      Surdo-mudo é, provavelmente a mais antiga e incorreta denominação atribuída ao Surdo, e ainda utilizada em certas áreas e divulgada nos meios de comunicação, principalmente televisão, jornais e rádio.
      O fato de uma pessoa ser surda não significa que ela seja muda. A mudez é uma outra deficiência, sem conexão com a surdez. São minorias os surdos que também são mudos. Fato é a total possibilidade de um surdo falar, através de exercícios fonoaudiológicos, aos quais chamamos de surdos oralizados.  Também é possível um surdo nunca ter falado, sem que seja mudo, mas apenas por falta de exercício.
      Por esta razão, o surdo só será também mudo se, e somente se, for constatada clinicamente deficiência na sua oralização, impedindo-o de emitir sons.

FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

PELOURINHO TERÁ RAMPAS PARA FACILITAR O ACESSO


      Um dos cartões-postais de Salvador, o adro da Fundação Casa de Jorge Amado e Museu da Cidade, que descortina a visão do Largo do Pelourinho, está em obras para instalação de infraestrutura de acessibilidade. As escavações e colocação de tijolos de cimento para construção de rampas, com a retirada da velha calçada intrigam baianos e turistas que desconhecem o que acontece no local.
      A intervenção integra projeto elaborado pela Fundação Mário Leal Ferreira foi iniciativa da Superintendência dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJDCDH).
      As obras têm divido opiniões: há quem as considere apropriadas para idosos e pessoas com dificuldade de locomoção. Outros criticam a alteração arquitetônica do patrimônio histórico.
      A diretora de Acessibilidade e Políticas Públicas da SJDCDH, arquiteta Marília Cavalcante, diz que o equipamento atende às legislações em vigor e foi concebido para manter a harmonia da área.

Intervenção - Para o analista técnico do Crea-BA, o engenheiro e arquiteto Giesi Nascimento, o projeto foi bem elaborado e discutido com as entidades do setor, além de resgatar uma dívida com as pessoas com dificuldade de locomoção.
      Para o marchand Dimitri Ganzelevitch, morador do Centro Histórico, “a tendência de ser politicamente correto nem sempre respeita a opinião geral”. Ele diz que, ao invés de modificar a visão frontal das antigas edificações, as rampas poderiam ficar nas laterais ou serem feitas de madeira e removíveis. Alertou ainda para a necessidade de fiscalizar as novas calçadas para que não sejam ocupadas por ambulantes.
      Usadas como arquibancadas para admirar o valioso conjunto arquitetônico, as escadarias da Fundação Casa de Jorge Amado adquirem aos poucos um novo aspecto. “O que é que estão fazendo ai, é uma pista de skate?”, brinca o vendedor de coco, Luiz Amâncio que diz passar todos os dias pelo local.
      “Estava acostumado com aquelas escadas que davam um refresco depois dessa subida desde lá do Taboão. A gente ainda vai poder sentar?”, pergunta o estudante José Messias.
      Segundo o diretor de Habitação da Conder, Ubiratan Cardoso, órgão que executa as obras que integram a sétima etapa do Programa de Requalificação do Centro Histórico, o circuito, de 1,3 km de comprimento, tem início no Cruzeiro de São Francisco. O alargamento das calçadas ao longo da Rua Gregório de Matos contorna o alto do Largo do Pelourinho, seguindo pela Rua Alfredo de Brito e terminando no Terreiro de Jesus.
      As pedras do tipo “cabeça-de-nego” retiradas do calçamento foram armazenadas no depósito da Conder no Centro Histórico para reparos em outras vias locais, explicou Ubiratan Cardoso.

Fonte: A Tarde

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

OS PINGOS NOS IS - RESPOSTA DE LYA LUFT


Resposta de Lya Luft ao enorme incômodo causado pelo seu artigo na Veja

Lya Luft

      Todo colunista corre o risco de ser mal interpretado, e tenho tido a sorte de sofrer com isso muito raras vezes. Porém, em minha última coluna, sobre a chacina de criancinhas nos Estados Unidos antes do Natal, devo ter sido obscura, erro crasso de quem escreve a cada tantos dias para um número tão imenso de leitores. Várias cartas manifestaram perplexidade, espanto, mágoa diante do que julgaram ser preconceito meu contra quem é "diferente" (não vou nem entrar no mérito das palavras, que também são objeto de preconceito e confusão, pois meu leitor sabe do que falo). Nada mais distante de minha postura, desejo e intenção. Ao contrário, vários romances meus têm personagens, penso que pungentes, abordando esse doloroso tema: o pai do lesado cerebral grave, em Exílio: o anãozinho cruelmente maltratado pelo pai, em O Silêncio dos Amantes; a menina da perna curta, no meu romance mais recente. O Tigre de Olhos Azuis, que considero um elogio do diferente. Essa menina, atormentada pelo preconceito materno, era a senhora dos mistérios, que construiu com tenacidade e sonho uma vida, teve privilégios como criar no fundo do quintal um tigrezinho de olhos azuis que a seguiria pela vida afora, com mais ou menos intensidade, conforme ela precisasse dessa metáfora. Termino o livro com a frase “Nenhum tigre tem olhos azuis”. "O que você quis dizer?’", me perguntam. Nem eu sei, mas possivelmente a frase significa que somos todos iguais, todos temos nossa ferida, nossa dor, nossa perninha curta física, mental ou emocional.
      Sendo mais pessoal do que já costumo ser, faço aqui um comentário que talvez o assunto permita. Nasci com um defeito físico não muito aparente que me tornou uma menina avessa a qualquer exercício ou esporte, sempre tachada de preguiçosa e desajeitada, pois tinha pouco equilíbrio, caía com facilidade. Só quando jovem adulta descobriu-se que eu tinha nascido com um problema de bacia e coluna. "Quando a senhora foi concebida, houve um desastre", disse um dos especialistas. Não é muito grave, mas é mais limitador. Eventualmente preciso usar bengala, com a qual luto por me habituar. Cedo me acostumei a uma constante companheira, a dor física.
      Nada me entristeceria mais do que ofender quem sofre de ou lida com quem tem limitação de qualquer natureza. Uma das coisas que eu quis dizer, talvez sem ter sido clara, nasceu de minha longa observação de casos de pessoas próximas: nem sempre a inclusão pode ser total e nem sempre ela será favorável se for total. Às vezes crianças com alguma deficiência podem florescer recebendo atendimento especial, e ficar angustiadas em turmas de crianças ou jovens ditos “normais”, que não conseguem acompanhar, nem entender, cujos sonhos e possibilidades são muito diferentes dos seus, mas que se esforçam para partilhar.
      Também pensei ter sido clara dizendo que muitas famílias não procuram ajuda adequada para seus filhos porque, apesar de todas as campanhas esclarecedoras, ainda é objeto de preconceito absurdo admitir que se tem um filho com limitações. Quanto ao assassino americano que trucidou 26 criancinhas e adultos, talvez seja um exemplo de jovem que precisaria ter sido tratado e internado, não escondido em casa e superprotegido pela mãe, que, aliás, curtia armas de fogo, algumas pesadas. Em momento algum levei a sério comentários iniciais em noticiosos americanos aludindo ao fato de que o rapaz talvez fosse autista, o que nunca foi confirmado, e que isso levaria à violência. Imediatamente, autoridades em psiquiatria americanas rejeitaram essa teoria nascida de ignorância. Enfim, numa rara ocasião, explicando-me por respeito aos leitores e a mim mesma, espero ser daqui em diante mais clara, para que nenhum mal-entendido nasça de falha minha no meu trabalho de tantos anos, que é produzir textos claros. Interpretações falhas, mexer com ideias alheias, contrariar, contradizer, tudo isso faz parte desse ofício, pois a unanimidade é tola. Mas que eu sempre torne meu leitor um cúmplice, mesmo quando discordando de mim.

FONTE: REVISTA VEJA

OLHE-ME NOS OLHOS... EU DISSE NOS OLHOS...


Publicidade belga gera polêmica com foto de modelo amputada. 


      A modelo Tanja Kiewitz posou para a campanha de lingerie que tem o seguinte título: “olhe-me nos olhos… eu disse nos olhos”.


FONTE: http://ocorpoperturbador.blogspot.com.br



segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

TIA NASTÁCIA: DIVINA COZINHEIRA

   
      As façanhas no Sítio do Picapau Amarelo, o mágico território criado pelo escritor paulista Monteiro Lobato (1882-1948), não se limitavam a viagens pelo espaço ou à Grécia Antiga feitas com o auxílio do "faz de conta" ou de uma boa pitada de pó de pirlimpimpim. Incluíam também aventuras gastronômicas que ficavam por conta de Tia Nastácia, a divina cozinheira de Dona Benta, "que nunca jamais queimou feijão nem coisa nenhuma". Seus famosos bolinhos de chuva eram disputados por Narizinho, Pedrinho, a boneca falante Emília, o sabugo sábio Visconde de Sabugosa e o leitão Rabicó, a linha de frente dos personagens do Sítio, e por todos os visitantes que por lá passavam ? Sancho Pança, o escudeiro de Dom Quixote, foi um dos que se fartou de comê-los. Até hoje a iguaria dá água na boca de milhares de jovens leitores. Em Viagem ao Céu, Tia Nastácia passa uma temporada na Lua preparando seus bolinhos celestiais para São Jorge e só volta ao Sítio, para desgosto do santo, porque morre de medo dos "bufos" do dragão. Alice, aquela mesma, do País das Maravilhas, foi outra que não resistiu ao saboroso quitute. Depois de devorar o primeiro, arregalou os olhos e pediu a receita. Nastácia não era cozinheira que se nega a passar adiante o que sabe ou que dá explicações erradas, mas foi avisando: "A questão não está na receita, está no jeitinho de fazer". Em seguida deu uma de suas gostosas gargalhadas e explicou: "Isto de cozinhar, menina, tem seus segredos. Só mesmo para uma criatura como eu, que nasci no fogão e no fogão hei de morrer...".

          Foi esse talento que salvou Nastácia das garras do Minotauro, monstro devorador de gente da mitologia grega. A aventura começa no livro O Picapau Amarelo, quando ela se envolve nos preparativos do casamento de Branca de Neve com o príncipe Codadade, das Mil e Uma Noites. Está eufórica. Pela primeira e única vez na vida, deixa seu posto na cozinha de Dona Benta para comandar uma equipe de mais de 100 cozinheiros no palácio real. O raríssimo menu é composto de faisões com recheio de língua de rouxinol, javalis assados com molho de néctar do Olimpo e omeletes de ovos de Fênix, mas Nastácia não se deixa iludir: "Ché, tudo isso é bom para quem gosta de comer com os olhos. Para quem come com a boca, e mastiga bem, não há comida como a minha - costeleta com anguzinho de fubá, picadinho, virado de feijão com torresmo..." Uma invasão de monstros das fábulas põe a festa a perder e Nastácia é sequestrada pelo Minotauro e levada ao Labirinto de Creta.
      O salvamento da cozinheira é tema do livro seguinte, O Minotauro. Após arquitetarem um plano para penetrar no labirinto sem se perder, Emília, Pedrinho e Visconde de Sabugosa mal podem acreditar no que encontram lá: o bichão vários quilos acima do peso e Nastácia fritando tachos e tachos de bolinhos para ele: os dotes excepcionais da cozinheira salvaram-na de ser devorada.



       Mestra em leitões assados com rodelas de limão, frango capão com farofa e bolos de milho, Nastácia também estava sempre pronta para improvisar quando necessá-rio. Em Reinações de Narizinho, livro que dá início à saga do Picapau Amarelo, a neta de Dona Benta casa-se com o Príncipe Escamado, um peixe que governa o Reino das Águas Claras. O casamento não chega a se consumar, mas, tempos depois, Emília descobre que o príncipe se casou com uma lampreia. A turma resolve então pescar a "bígama". Resultado: a pobre vai parar na frigideira de Tia Nastácia, que a preparou de acordo com as instruções do clássico livro de receitas O Cozinheiro Imperial. "Foi a homenagem da boa negra à dignidade principesca daquela enguia", escreveu Lobato.
        Fundador da literatura infanto-juvenil brasileira, Monteiro Lobato era antes de tudo um nacionalista. Paulista de Taubaté, sempre conservou o gosto pela comida caipira e lambia se por um picadinho ou um leitão à pururuca. O afrancesamento de nossa culinária exasperava-o e chegou a escrever com seu costumeiro sarcasmo: "Adquirimos tanto o gout que, por instinto, o nosso organismo, num diner elegante, repeliria com vomissements incoercibles um plat nomeado à portuguesa". Como ressaltam Marcia Camargos e Vladimir Sacchetta em À Mesa com Lobato (Editora Senac Nacional, Rio de Janeiro, 2008), o escritor ensina em sua literatura infantil que a culinária brasileira é uma das mais saborosas do planeta e Tia Nastácia traduz isso à perfeição. Não foi à toa que, até o final da vida, Lobato recebeu pilhas de cartas de leitorzinhos com pedidos das receitas da personagem.

FONTE:http://revistagosto.uol.com.br

domingo, 13 de janeiro de 2013

CINEMA E DEFICIÊNCIA - MENINA DE OURO



      Frankie Dunn (Clint Eastwood) é um grande treinador de boxe, que apesar do respeito conquistado com uma invejável carreira, administra um decadente academia de boxe com seu parceiro e amigo Eddie Scrap (Morgan Freeman). Eis que ele conhece Maggie Fitzgerald (Hilary Swank), uma mulher determinada à ser campeão de boxe, que insiste em ser treinada por ele. Apesar de relutar (e muito) à principio, Frankie acaba cedendo à perseverança da moça, e aceita treiná-la, tornando-a uma grande boxeadora, que se coloca rumo ao titulo mundial.

      Em meio à luta pelo título mundial, Maggie sofre um golpe baixo de sua traiçoeira adversária (Lucia Rijker), atitude esta que torna Maggie uma mulher tetraplégica, que se vê forçada à passar os seus dias seguintes imóvel, em uma cama de hospital. Nesse momento o filme se torna um drama pesado e sombrio, que abre espaço para a difícil questão da eutanásia: Maggie, não conseguindo viver em sua nova condição, implora à Fankie para que este lhe tire a vida. Afinal, como ela mesma o diz, como alguém que viajou pelo mundo e teve seu nome gritado por multidões enquanto fazia aquilo que mais ama poderia se contentar em viver daquela maneira?

      Clint Eastwood, além de brilhar atrás da câmera dirigindo de maneira sensível e precisa, também apresenta o melhor desempenho como ator de sua carreira. Eastwood deixa de lado (ainda que não completamente) os tipos durões que moldaram sua carreira, e compõe Frankie Dunn com uma sensibilidade intensa. Sem parecer se esforçar, Eastwood transmite ao espectador a mudança de sentimentos do personagem com relação à Maggie, se no inicio podíamos perceber um olhar de quase desprezo sendo direcionado à personagem de Hilary Swank, no meio do filme, temos um olhar que mal consegue esconder o orgulho perante as vitórias da garota. Mas, é ao final que Eastwood surge mais marcante, onde ao ver Maggie imóvel em uma cama, desistindo da própria vida, quando este exibe um olhar de total desolação, um olhar que transmite para nós todo o turbilhão emocional que se passa em seu interior naquele momento. Algo que só um grande ator é capaz de fazer, felizmente, Clint Eastwood é um deles.

FICHA TÉCNICA

Diretor: Clint Eastwood
Elenco: Clint Eastwood, Hilary Swank, Morgan Freeman, Jay Baruchel, Mike Colter, Lucia Rijker, Brían F. O'Byrne, Anthony Mackie, Margo Martindale, Riki Lindhome, Michael Peña, Benito Martinez, Bruce MacVittie, David Powledge, Joe D'Angerio, Marcus Chait, Tom McCleister, Erica Grant, Naveen, Morgan Eastwood, Jamison Yang, Dean Familton, Louis Moret, V.J. Foster, Jon D. Schorle II, Marty Sammon, Steven M. Porter, Ray Corona, Ming Lo, Miguel Pérez, Jim Cantafio, Ted Grossman, Ned Eisenberg, Marco Rodríguez, Roy Nugent, Don Familton, Mark Thomason, Brian Finney, Spice Williams-Crosby, Kim Strauss, Rob Maron, Kirsten Berman, Susan Krebs, Sunshine Chantal Parkman, Kim Dannenberg, Eddie Bates
Produção: Clint Eastwood, Paul Haggis, Tom Rosenberg, Albert S. Ruddy
Roteiro: Paul Haggis
Fotografia: Tom Stern
Trilha Sonora: Clint Eastwood
Duração: 137 min.
Ano: 2004
País: EUA
Gênero: Drama
Cor: Colorido
Distribuidora: Não definida
Estúdio: Malpaso Productions / Lakeshore Entertainment / Warner Bros. Pictures / Albert S. Ruddy Productions / Epsilon Motion Pictures
Classificação: 12 anos