segunda-feira, 21 de julho de 2014

A DIFICULDADE EM LIDAR COM O DIFERENTE - CONTINUAÇÃO



A rotina e os cartões com figuras 

Batizado de PECS e desenvolvido nos EUA pelo psicólogo Andrew Bondy e pela fonoaudióloga Lori Frost, o método utiliza uma forma de linguagem prática, sistematizada e de rotina que facilita a relação com o autista.
Eles detectaram que muitas crianças com autismo tinham dificuldade com imitação, principalmente a verbal. E mesmo aquelas que eram capazes de imitar, geralmente não as usavam para se comunicar de forma espontânea.
O material utiliza cartões com figuras que representam objetos e situações que a criança utiliza para expressar aquilo que almeja. Quando isso acontece, isto é, a criança recebe aquilo que quer, faz com que o comportamento de utilizar os cartões seja instalado. A abordagem amplia o repertório comportamental do autista, servindo de instrumento de comunicação quando não se possui o comportamento verbal necessário para interagir com o ambiente.
De baixo custo, a técnica pode e deve ser revista sempre que necessário, permitindo à criança com dificuldade de comunicação interagir vem diferentes ambientes sociais.
Os pais ou professores podem construir um álbum de PECS em uma pasta-catálogo, o que facilita o manejo por parte da criança, sendo necessário apenas ter vontade de buscar e criar condições de aprendizagem.
Esse sistema foi originalmente desenvolvido para crianças com espectro do autismo em idade pré-escolar. Mas o método está sendo usado por crianças e adultos com outros diagnósticos que apresentem dificuldades com a fala e a comunicação.


Para secretária, inclusão não exclui educação especial

Para a secretária municipal de Educação, Vera Casério, o sistema de ensino regular não está preparado para atender em escala os casos de autismo. Além disso, a educadora entende que a educação especial especializada não pode ser dispensada.
“Os níveis de autismo determinam relações e sistemas de aprendizado específicos. Alguns alunos autistas frequentam a escola regular e também precisam de cuidados e frequentam a Apae em outros períodos. Para alguns níveis de autismo é necessário até um professor especializado por aluno, situação inviável no sistema tradicional. Tem criança que vai só na escola especial, para os casos mais agudos de autismo”, avalia.
Para disseminar e sistematizar a educação especial na rede, a Prefeitura de Bauru contrata profissionais com formação específica. O professor de educação especial que atua na rede municipal de ensino orienta o educador regular, o cuidador e os demais profissionais de educação.
Nas escolas municipais de Educação Infantil (EI) e Fundamental (EF) de Bauru estão matriculados 300 alunos especiais, destes sendo 30 autistas no primeiro ciclo e 10 no EF.
“A participação do autista na escola regular é fundamental no papel de socialização dessas crianças. O fundamental é que essa criança não viva o mundo do adulto e sim das crianças de sua idade. Mas para isso a escola deve estar preparada para adotar estratégias distintas para cada grau de autismo”, opina a secretária municipal de Educação, Vera Casério.    
A secretária salienta para a necessidade das unidades escolares manterem a rotina fundamentada do autista. “Eles levam em conta padrões mais rígidos de comportamento. Os autistas precisam de rotina para se adequar às atividades e os professores têm de levar à risca essa rotina de regras e relacionamento, comunicação com o autista”.
A educadora menciona que na formação acadêmica do magistério os professores não são habilitados para as especificidades do autismo. Vera Casério reconhece o desafio de realizar a inclusão do autista na sala de aula regular, mas considera que o desenvolvimento desse aluno pode ser bem sucedido se a escola estiver preparada.


FONTE: http://www.jcnet.com.br/



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