sexta-feira, 14 de agosto de 2015

A HISTÓRIA DE BRAILLE - PARTE 2

 
 
    
    Seus pais ainda tentaram tratamentos. Procuraram consultar um oculista num hospital da cidade vizinha mas, todos os esforços foram em vão; a infecção generalizada havia destruído as córneas.
 
     Aos oito anos teve que andar com uma bengala de madeira que lhe orientava no sentido de perceber quando saía do caminho, penalizando assim todo o povo da cidade.
 
     O Garoto cego que sempre demonstrou muita vivacidade e inteligência contou com a amizade e atenção do Abade Jacques Palluy. Graças a ele, Louis Braille começou a desenvolver sua natureza investigadora e familiarizar-se com o mundo. Abade levava o garoto ao velho presbitério e nos seus jardins, procurava ensiná-lo. Teve assim, em sua primeira infância uma orientação cristã, que marcou sua vida através de seu amor, sua bondade e sua humildade. A pedido do Abade Palluy, Louis Braille foi aceito pelo professor Brecharet em sua escola escola onde freqüentou durante dois anos demonstrando muita inteligência e interesse.
 
     Aos 15 de fevereiro de 1819, com 10 anos de idade, Louis partiu com seu pai com destino a Paris para estudar daí em diante na Instituição Real, para Jovens Cegos. Seus pais preocuparam-se coma possibilidade de ter seu filho fora de casa. Mas quando perceberam as vantagens que ele teria em sua educação, concordaram e fizeram milhares de planos para o futuro do filho.
 
        Louis, que era o mais jovem estudante, foi se ajustando à escola, aos professores, aos supervisores e aos colegas. Participava com entusiasmo da recreação, gostava de música clássica, e apesar das condições do ensino da música não serem ideais, ele tornou-se em excelente pianista e mais tarde talentoso organista do órgão de Norte Dame das Champs. As instalações da escola onde Louis estudava não eram nada boas; as instalações eram úmidas e frias, completamente e inadequadas. A disciplina era rígida e os alunos recebiam punições físicas até isolamento a pão e água. Louis Braille não escapou às punições. Lá aprendeu a ler, isto é, aprendeu a reconhecer 26 letras do alfabeto com a ajuda dos dedos. Mas as letras tinham várias polegadas de abertura e de largura. Este era o sistema primitivo de leitura. Um pequeno artigo enchia muitos livros e cada livro pesava, nove libras. Apesar das dificuldades, Braille conclui o período escolar com brilhantismo, chegando a receber um certificado de mérito por sua habilidade em cortar e fazer chinelos.
 
       Mais tarde, Louis, tornava-se professor da mesma escola. As dificuldades de criar em sistema de leitura e escrita para pessoas cegas. Ele queria encontrar um sistema melhor de leitura mas não foi fácil.
    
       Um certo dia, Louis está sentado num restaurante com um amigo que lia o jornal para ele. O amigo leu o artigo a respeito de um francês, Charles Barbier de la Serre, Capitão de Artilharia do exército de Louis XIII, que devido as dificuldades encontradas na transmissão de ordens durante a noite, elaborou um sistema de escrever que ele podia usar no escuro. Ele o chamava "escrita noturna", o capitão usava pontos e traços. Os pontos e traços eram em alto relevo, os quais combinados, permitiam aos comandados, decifrar ordens militares através do tato. Barbier pensou então, que seu sistema poderia chegar a ser utilizado para pessoas cegas. Transformou-o então num sistema de escrita para cegos de denominou "Grafica sonona". O método de Barbier, apesar de considerado complicado foi adorado na Instituição como "método auxiliar de ensino". Quando Louis ouviu falar nisso, ficou entusiasmado. Ele começou então a falar alto e chorar. "Por favor, Louis", disse seu amigo " O que aconteceu? Todos estão olhando para você" "Pelo menos eu encontrarei uma resposta para o problema dos cegos", disse Louis. Agora podem os cegos se libertar.
 
        No dia, seguinte, Louis foi com um amigo ver o capitão e perguntar sobre seu sistema. O capitão disse que usava um objeto pontiagudo para fazer os pontos e traços num papel grosso. Certos sinais significam uma coisa, outros significam outra coisa. O objeto que o capitão usava para imprimir os pontos e os traços, acidentalmente era o mesmo jeito do objeto que ele tinha furado os olhos antes. "Eu estou certo de que posso usar este sistema", disse Louis.

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