quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

MULTA PARA QUEM ESTACIONAR EM VAGA PARA PESSOA COM DEFICIÊNCIA AUMENTA MAIS DE 100%

 
 
    A multa para o motorista que estaciona em vaga de idoso ou de pessoas com deficiência física vai mais que dobrar.
 
   É para ver se inibe aquelas desculpas esfarrapadas já conhecidas. Se o motorista não respeita por consciência, cidadania e educação, agora vai ter que pensar que isso vai pesar mais no bolso e também resultar em mais pontos na habilitação.
 
    Leve nunca foi, afinal, é sempre muito grave não respeitar as vagas especiais.
 
    Em Palmas, uma mulher para o carro na vaga para deficientes, tira uma criança, uma bolsa e deixa o carro lá, como se a vaga fosse para ela, que não tem nenhuma deficiência.
 
    “É falta de educação desse povo, não tem educação nenhuma”, queixa-se uma idosa.
 
     Em Belo Horizonte também falta bom senso.
 
   “Ninguém respeita a vaga de idoso, de cadeirante, não, tanto faz como tanto fez, para eles, encosta e acabou, não está nem aí não”, diz outro idoso.
 
     Seu Valdir, que mora em Belém, ouve toda hora aquela desculpa esfarrapada: “ah é só um minutinho”...
 
    “O velho jeitinho brasileiro, a pessoa estaciona e fala: ‘não, eu vou aqui rapidinho, um minutinho’, embora exista a legislação, embora exista a lei, mas assim, a população não respeita”.
 
     Pela lei do trânsito, estacionar na vaga sem ser deficiente ou idoso era infração considerada leve, dava só três pontos na carteira. Bem, era leve. Se as pessoas não respeitavam por educação e três pontos, agora, quem sabe vão respeitar porque vai custar bem mais caro.
 
     A partir de agora, o desrespeito às vagas de deficiente físico e idosos é infração grave com cinco pontos na carteira de habilitação. E também a multa que era de R$ 53,20 passa para R$ 127,69
Também tem um outro jeito poderoso de fazer valer uma regra: chama-se constrangimento. Na Rússia, uma ONG criou uma campanha em que um holograma de um cadeirante aparece para assustar quem tenta parar nas vagas especiais.
 
     Constranger também é a estratégia de um shopping em São Paulo. Lá, o problema com o desrespeito às vagas para idosos e deficientes era sério. Então, o shopping criou a multa moral - um cartão que alerta o motorista que ele está cometendo uma infração.
 
    “Quem para em uma vaga desse tipo já sabe que está fazendo algo errado. Então, nesses casos, elas acabam respeitando e tirando o carro”, afirma Sérgio Nagai, superintendente do shopping.
 
     Em dezembro, foram 30 multas dessas por dia. Já pelas ruas de São Paulo, de janeiro a novembro do ano passado, a Companhia de Engenharia de Tráfego registrou 18 mil infrações por desrespeito às vagas destinadas aos idosos e mais de 6 mil autuações por estacionamento irregular em vagas para deficientes.
 
     “Pouca gente respeita, eu estou cansado de ver aí pessoas que se revoltam, porque às vezes, a pessoa até pode ter uma deficiência, mas tem que ter a identificação”, reclama o aposentado Francisco Rodrigues Coelho.
 
     A identificação é o cartão que o Seu Francisco, que é deficiente, tem e que os idosos também devem usar para estacionar nas vagas especiais pelas ruas.
 
     “Eu acho que é uma questão de civilidade. Há muito desrespeito, demais, demais, demais, eu fico indignada com isso”, afirma a aposentada Marilene de Campos Mendes.
 
    As novas regras passam a valer na próxima quinta-feira (7). As punições também vão atingir quem estacionar nas vagas especiais dentro de shoppings e supermercados. A fiscalização varia de estado para estado.
 
     E segundo o Detran, motoristas que transportam crianças de colo, como a mulher que estacionou em uma vaga de deficientes em Palmas, mostrada na reportagem, não têm vaga especial.
 

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