sexta-feira, 28 de outubro de 2016

CINEMA EM TIRAS - O NOME DA ROSA - PARTE 4


 
   
      Se você pensa que a vida monástica era chata e entediante, dedicada apenas à contemplação, está muito enganado. Pelo menos na Literatura a vida nos mosteiro pode ser bem mais perigosa e emocionante do que parece. É o que acontecem em “O Nome da Rosa”, obra prima do escritor italiano Umberto Eco.


    A narrativa é a seguinte: Adso de Melk é um velho monge que, próximo da morte, decide escrever um crônica relatando os acontecimentos que se desenrolaram durante sua juventude, no período de sete dias em que ficou hospedado em um mosteiro com seu mestre. Ainda noviço, Adso é escrivão e discípulo de Guilherme de Baskerville (ou Willian, dependendo da tradução), um sábio franciscano com uma capacidade dedutiva extraordinária. Os dois partem para uma grandiosa abadia situada na Itália Medieval, com o objetivo de participarem de um debate entre beneditinos e franciscanos, porém uma série de acontecimentos bizarros fazem com que a atenção dos dois seja voltada para algo bem mais perigoso. Com o assassinato (ou seria suicídio) de um dos monges, Guilherme é convidado pelo abade à investigar quem seria o culpado deste crime. Entretanto, a cada dia que passa, mais monges vão sendo misteriosamente encontrados mortos.


    Os poucos vestígios dos crimes deixados para trás levam a crer que o “serial killer” mata baseando-se no livro do Apocalipse, especialmente na parte que diz respeito às sete trombetas. Cada assassinato se assemelha à carta apocalíptica de João, e Guilherme, guiado tanto pela curiosidade quanto pelo desejo de justiça, busca a todo custo descobrir quem ou o que está matando os monges. Os mistérios que cercam a abadia são numerosos, principalmente os que dizem respeito a grandiosa biblioteca que lá se encontra. A imensa biblioteca tem seu acesso vetado a todos os monges, com exceção do bibliotecário, Malaquias, que é bastante próximo de Jorge, um cego que é um dos mais velhos a residirem no mosteiro. Este velho monge nutre estranha aversão ao riso, sempre repreendendo qualquer um que ouse dar uma gargalhada perto dele.

    A biblioteca é, na verdade, um imenso labirinto, capaz de enlouquecer qualquer curioso que se atreva a quebrar as regras e entrar nela. Sem falar no risco de ficar preso para sempre, incapaz de encontrar a saída.

    A trama de “O Nome da Rosa”, observada de forma superficial, pode ser considerada bastante simples, porém, através dela, podemos ver o quanto Umberto é um estudioso dedicado, amante do conhecimento, da Literatura, de história e das artes. O romance é um grande mergulho no período medieval, nos costumes, religiosidade, entre outros aspectos daquela época.

    Outro fato interessante nesse livro são as referências a Sherlock Holmes, que não se resumem apenas ao nome do personagem principal (Guilherme de Baskerville, que é claramente uma homenagem ao romance ‘O Cão dos Baskervilles’, de Arthur Conan Doyle), mas se estendem durante toda a narrativa.







continua...
 


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