quarta-feira, 19 de outubro de 2016

QUAIS OS CRITÉRIOS DO DIAGNÓSTICO DO AUTISMO?




      O Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou Autismo é um transtorno de desenvolvimento caracterizado por três sinais e sintomas específicos para sua identificação: dificuldades de interação social, problemas de comunicação social e comportamentos repetitivos e restritos. A apresentação destes sintomas variam intensamente entre os portadores e se expressam normalmente desde o início da vida até os 8 anos, mas de forma mais comum e marcante, antes dos 3 anos de vida.
      A nova classificação, o DSM-5, trouxe em seu bojo mudanças significativas nos critérios de diagnósticos do autismo dando maior flexibilidade e amplitude na identificação dos sintomas, levando a uma maior sensibilidade na observação do desenvolvimento do comportamento social e comunicativo da criança. Esta alteração permitiu que mais profissionais pudessem compreender melhor os sintomas autísticos e a ampliar sua identificação. Sabe-se hoje, pelas evidências científicas, que o diagnóstico precoce é fundamental e que somente esta medida pode alterar o prognóstico futuro e corrigir os atrasos mais profundos.
      O conhecimento acerca dos critérios do DSM-5 é o ponto de partida para suspeitar do TEA e deve ser amplamente divulgado. Estes são os critérios:
A) Inabilidade persistente na comunicação social e na interação social nos mais variados contextos, não justificados por atraso geral no desenvolvimento, e que se manifesta por 3 características a seguir:
  1. Déficits na reciprocidade socioemocional;
  2. Déficits nos comportamentos não-verbais de comunicação usuais para a interação social;
  3. Déficits nos processos de desenvolver e manter relacionamentos;
B) Padrões restritos, repetitivos de comportamento, de interesses ou atividades manifestado por, pelo menos, 2 dos seguintes itens:
  1. Fala, movimentos motores ou uso de objetos de forma repetitiva ou estereotipada;
  2. Adesão excessiva a rotinas, rituais verbais ou não-verbais, ou excessiva resistência à mudanças;
  3. Interesses fixos e altamente restritos que são anormais em intensidade e foco;
  4. Hiper- ou hipo-reatividade para percepção sensorial de estímulos do ambiente ou interesse anormal e excessivo para estímulos senso-perceptivos.
C) Tais sintomas devem estar presentes em fase precoce da infância (mas podem aparecer aos poucos, em ordem ou sequência incompleta, progressivamente levando a problemas nas demandas sociais).
      É possível identificar crianças com Autismo no primeiro ano de vida. Nesta fase, os sinais mais importantes são: pobre contato visual, ausência do balbucio, pouco ou nenhum desenvolvimento de gestos sociais, não pedir colo e não responder pelo nome. Os pais estranham porque a criança tem pouco interesse por compartilhar objetos e, ao ser chamada para alguma atividade, ignoram e parecem pouco se importar ao serem retiradas daquilo que interessa. É comum terem problemas para dormir e se alimentar, pois acordam muitas vezes e costumam ser seletivas para determinados alimentos. Podem ter medos excessivos de determinados lugares, barulhos, estímulos e excessiva preferência por alguns objetos, cores, texturas ou jogos. Podem demorar a engatinhar (ou nunca vir a engatinhar), andar, falar e, em alguns casos, apresentarem regressão de fala entre 1 ano e 2 anos e meio de vida – este sinal é muito valioso e específico para pensar na possibilidade de Autismo.
      Não existem exames de imagem ou de laboratório que confirmem o TEA sendo um transtorno puramente identificado pela observação da criança nos mais diversos ambientes e, neste sentido, o papel da escola e dos cuidadores em instituições pode ser crucial e deve sempre ser solicitado pela equipe que está investigando o comportamento das crianças.
FONTE:http://entendendoautismo.com.br/

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